Não resta dúvida de que o acordo que o governo federal fechou ontem à tarde com os usineiros foi bom para o consumidor que usa carro a álcool. O entendimento com o setor privado evitará novos aumentos no preço do álcool combustível. Garantiu-se o suprimento e o abastecimento para o mercado interno durante a entressafra, que termina em maio, com o adiantamento da colheita e a moagem de cana-de-açúcar para março, o que permitirá manter o nível dos estoques.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, um homem sério e do ramo, chegou a dizer que o encontro foi histórico (aliás como tudo neste governo Lula), mas esqueceu de chamar para a reunião de três horas com os usineiros também as distribuidoras de combustível.

Como se trata de uma cadeia produtiva, um entendimento com os revendedores também seria bastante útil. Em março, com a ampliação da oferta do produto, o preço do álcool naturalmente despencará, como sempre despenca quando termina a entressafra. No entanto, dificilmente o consumidor se beneficia. As distribuidoras ampliam suas margens de lucro. Nesta época, as usinas passam a vender o preço do álcool anidro por até R$ 0,60 o litro. Hoje, o valor comercializado é R$ 1,08 e com o acordo passa a R$ 1,05 o litro.