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Números atestam que bioeletricidade se equipara a uma usina Belo Monte

O MWh feito do bagaço vale 66,6% menos no mercado spot
O MWh feito do bagaço vale 66,6% menos no mercado spot

De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2013, recém-divulgado pela EPE – Empresa de Pesquisa Energética, a fonte biomassa atingiu uma produção de 39.679 GWh, incluindo tanto a energia elétrica destinada para o autoconsumo das unidades industriais quanto a encaminhada para o SIN – Sistema Interligado Nacional. O valor, em relação a 2012, foi superior em 14%, o equivalente à geração total que a Usina Belo Monte produzirá a partir de 2019, quando estiver plenamente motorizada.

A fonte biomassa, em novembro de 2013, atingiu outro marco histórico, quando superou a potência instalada prevista para Belo Monte, de 11.233 MW. Atualmente, de acordo com a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, as 480 termelétricas a biomassa em operação têm 11.571 MW instalados, representando 8,4% da matriz elétrica do Brasil.

Mesmo com a grande produção de bioeletricidade, a expansão da biomassa ainda permanece sob um cenário de incerteza em virtude da dificuldade de negociação de novos projetos nos leilões regulados promovidos pelo Governo Federal.

Para Zilmar Souza, gerente em bioeletricidade da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, a falta de uma política setorial clara tem comprometido o desempenho da biomassa nos leilões regulados. “As chances de melhora para 2014 dependem do governo em reconhecer um preço adequado para a biomassa no leilão A-5, que acontecerá em setembro, já que a geração por meio do bagaço está proibida de participar do leilão de reserva que ocorrerá em outubro”, explica.

De acordo com Unica, do total produzido pela fonte biomassa em 2013 no Brasil (que inclui bagaço de cana-de-açúcar, lenha e lixívia), 17.1748 GWh foram destinados para o SIN (43% do total) e 22.531 GWh (57%) para o autoconsumo das unidades industriais associadas às termelétricas a biomassa.