A redução da produção de açúcar na União Européia deverá ser realizada voluntariamente, e não mais de maneira obrigatória. Em contrapartida, a queda dos preços garantidos seria de 39% em dois anos, ao invés de 33% em três anos. Essas, em linhas gerais, são as mais importantes alterações contidas no novo projeto de reforma do regime do açúcar europeu que a comissária agrícola do bloco, Mariann Fischer Boel, pretende apresentar aos países membros em 22 de junho próximo – e que “vazou” para a imprensa em Bruxelas.
Fontes da Comissão Européia não quiseram se pronunciar formalmente sobre as mudanças. Mas, informalmente, confirmaram as informações. Em todo caso, houve na Comissão uma certa dose de irritação com o vazamento. Há notícias dando conta de que alguns esboços do projeto com números diferentes teriam sido enviados a distintos comissários, para se tentar identificar quem revela dados à imprensa.
A julgar pelo que seus próprios serviços confirmam, contudo, a comissária Mariann Fischer Boel recuou em relação às ambições iniciais. A resistência dos países produtores da UE tem sido grande, já que seus representantes entendem que a reforma precisa ser menos ambiciosa para resguardar a saúde do setor. E, caso o novo projeto seja de fato adotado, os ganhos que o Brasil espera de sua vitória contra o regime açucareiro europeu obtida na Organização Mundial do Comércio (OMC) tendem a ser retardados.