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Novo embaixador dos EUA quer estreitar relações

O bem sucedido empresário do setor de alta tecnologia e finanças oriundo de Nova Jersey que o presidente George W. Bush designou para ser o seu terceiro embaixador no Brasil, reiterou ontem em sabatina no Senado a estratégia da administração de manter o tom amistoso e pragmático das relações entre os dois países, que classificou de muito sólidas. Apresentado formalmente à Subcomissão do Hemisfério Ocidental pelo próprio líder da maioria republicana, o senador Bill Frist, do Tennessee, que assegurou a pronta aprovação de sua nomeação pelo plenário, Sobel disse que atuará em Brasília para construir pontes entre Estados Unidos e Brasil.

Ele enumerou algumas áreas prioritárias: Desejo trabalhar com o governo do Brasil para garantir nossa segurança mútua na luta contra o terror, a proliferação de armas de destruição em massa, o combate ao crime organizado, aos narcóticos e ao tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro e a promoção da segurança e da estabilidade regional, disse.

Os episódios de corrupção envolvendo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva figuraram em uma das perguntas, mas Sobel deixou que ela passasse em branco e manteve o tom positivo. Embora venha do setor privado e esteja ainda aprendendo os rudimentos da língua portuguesa, o novo embaixador leva a Brasília a experiência diplomática acumulada nos últimos cinco anos, em que trabalhou na Holanda. O enviado de Washington, que deve assumir antes das eleições no Brasil, afirmou que pretende redobrar os esforços para cultivar contatos com futuros líderes nas universidades, nos partidos políticos e nos negócios.

Citando os presidentes Bush e Lula, ele lembrou que os dois líderes consideram os seus países parceiros estratégicos, que compartilham valores e uma aspiração por estabilidade regional, prosperidade hemisférica e segurança global. Reafirmou também a agenda econômica de Washington e sua relação com o governo Lula. Falando sobre a Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC), disse: Precisamos aproveitar este momento para reduzir barreiras ao comércio e garantir novo e real acesso a mercados – não apenas no setor agrícola mas também de manufaturas e de serviços. O futuro embaixador fez uma referência oblíqua aos presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia, dizendo que a discussão na América Latina não é sobre ideologia, mas sobre como produzir e fazer chegar os benefícios da democracia à população. Citando a secretária de Estado, Condoleezza Rice, ele disse que esta é a melhor forma de responder às visões populistas no hemisfério.

Na sabatina, o presidente da subcomissão, Norman Coleman, de Minnesota, e o próprio Sobel realçaram a liderança do Brasil na produção de combustíveis renováveis e identificaram a cooperação bilateral na produção e distribuição de etanol como umas das áreas mais promissoras para o aprofundamento das relações bilaterais.