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Nova fábrica da FMC pode ser no Brasil

Em meio à crise que é considerada a pior dos últimos 40 anos na agricultura, a multinacional americana FMC Corp. está considerando o Brasil para construir sua quinta fábrica de síntese de ingredientes ativos para a formulação de agroquímicos no mundo. As outras fábricas estão localizadas nos Estados Unidos e na China.

“A escolha é estratégica. Se levássemos em conta somente o custo Brasil, que é elevado, teríamos escolhido outro local. Mas calculamos que até 2010 o País se tornará a mais importante potência agrícola do mundo, à frente dos Estados Unidos, e precisamos estar aqui”, diz Antônio Carlos Zem, diretor-presidente para a América Latina da empresa.

Zem disse que os estudos estão na fase final de definição do local onde a fábrica será construída, o tamanho e o aporte de recursos que será feito. A unidade deve produzir três ingredientes ativos, ainda não definidos.

A FMC Química do Brasil possui uma fábrica de formulação de agroquímicos em Uberaba (MG). Os ingredientes ativos utilizados na formulação são todos importados. A empresa produz defensivos para as lavouras de algodão, cana, soja, arroz, milho e batata.

Crescimento e crise

Neste ano a empresa espera faturar US$ 250 milhões, receita 10,6% maior que a do ano anterior. “Apesar da crise no campo, acredito que será possível crescer focando as vendas em nossos melhores clientes de soja, apostando em lançamentos para a cana e algodão”, disse.

No caso da soja, Zem acredita em retração da área cultivada na safra 2006/07. “Os produtores estão abandonando áreas de arrendamento de baixa produtividade e devem investir mais nas áreas melhores”, afirma. Ele calcula que a área brasileira de grãos em 2006/07 pode encolher até 6%, para 44 milhões de hectares.

O executivo aposta numa recuperação da área cultivada de algodão, que recuou quase 30% em 2005/06, para 880 mil hectares. A área, diz, poderia voltar a 1 milhão de hectares. “O algodão é um dos nossos principais produtos, com 28% de participação das vendas. Por isso, uma recuperação do plantio deve se refletir em vendas melhores”, diz.

A empresa está lançando nesta semana o pesticida Turbine contra o ataque do pulgão na lavoura de algodão e espera com isso aumentar sua participação no mercado, que movimenta US$ 150 milhões somente no combate contra a praga, que ataca lavouras de todo o País.

Já a cana-de-açúcar deve continuar vivendo um bom momento em razão da forte demanda mundial por álcool e açúcar. Com isso, a cana deve passar o algodão e se transformar no carro-chefe de vendas da empresa, com 30% de participação. No segundo semestre, a empresa lança novo produto.