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Norte e Nordeste ganham direito de elevar vendas para EUA

Brasília, 1 – Os usineiros do Norte e Nordeste ganharam o direito de exportar 42.097 toneladas curtas (907 quilos cada) a mais de açúcar para o mercado norte-americano na safra 2005/06. A cota adicional deve ser somada ao volume de 168 mil toneladas curtas do rateio inicial, explicou o chefe do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan. A distribuição da cota adicional foi definida pelo ministério por meio da Portaria número 35, publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

Os estragos causados pelo furacão Katrina, que atingiu os Estados Unidos no final do ano passado, acabaram beneficiando os usineiros brasileiros, que embarcam o açúcar para o mercado americano a preços diferenciados. Além do furacão ter prejudicado as lavouras de cana-de-açúcar da Flórida, as enchentes provocadas pelo Katrina estragaram o açúcar estocado em Nova Orleans, região mais afetada pelo fenômeno. “Os Estados Unidos ofereceram uma cota adicional para atender à demanda interna”, disse Bressan.

Ele calculou que o consumo de açúcar produzido a partir da cana-de-açúcar no país somará 9 milhões de toneladas em 2006. Os americanos também produzem açúcar de milho. As exportações brasileiras serão feitas pelo valor de US$ 520 por tonelada curta, muito acima do valor de US$ 452 por tonelada de 2005 também para a cota. Em 1997, os americanos pagaram o preço mais alto dos últimos cinco anos, US$ 483 por tonelada. “A demanda elevou os preços”, comentou.

O açúcar da cota preferencial é vendido para os Estados Unidos a preços superiores ao de mercado e só pode ser fornecido pelas usinas do Nordeste e Norte, como determina o artigo 7º da Lei 9.362, de 13 de dezembro de 1996. A intenção é, ao pagar mais pelo produto, estimular o desenvolvimento em regiões pobres. A cota é definida todos os anos, sempre no mês de novembro, e eventualmente há distribuições adicionais. Uma vez definido o volume de cada país, o ministério faz o rateio entre os estados e as usinas da região. Por estado, a distribuição da cota extra de 42.097 toneladas será a seguinte: Alagoas (21.877,21), Pernambuco (13.580,36), Rio Grande do Norte (2.406,81), Paraíba (1.414,03), Sergipe (637,14), Maranhão (335,67), Amazonas (159,68), Bahia (1.450,01) e Piauí (236,09).