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Nordeste pode compensar falta de terra com produtividade e crescer 30%

A mais importante das novas fronteiras do Nordeste, do ponto de vista de relação custo-benefício, não é visível pelo prisma geográfico, porque ela é representada pela expansão do crescimento agrícola vertical, isto é, em produtividade.

É o que acredita o secretário geral da Unida – União Nordestina dos Plantadores de Cana, de acordo com palestra feita no Seminário Açúcar e Álcool, promovido pelo IIR – Institute for International Research em 23 de novembro, no Hotel Atlante Plaza.

“O crescimento vertical é a base para um salto da ordem de 30% no mesmo espaço geográfico. E isto pode acontecer no curto prazo, desde que haja vontade e estratégia empresarial eficiente no ambiente privado”, explicou Maranhão.

– Estamos obtendo no Nordeste um rendimento agrícola de apenas 53 tons por hectare de cana tanto de usina como de fornecedores. Mas sabermos que podemos elevar este patamar para pelo menos 70 toneladas, por meio de tecnologia agrícola avançada. Gregório Maranhão citou algumas: adubação e tratos culturais adequados, drenagem eficiente de áreas alagadas, desenvolvimento e aplicação de variedades pesquisadas e comprovadamente produtivas e resistentes e irrigação sistematizada.

– Nesta safra o Nordeste está ‘fazendo’ 55 milhões de toneladas. Facilmente iremos para 70 milhões quando ações como estas forem implantadas”, observou Gregório Maranhão. É uma diferença significativa, um salto de 20 milhões de toneladas, que geraria 50 mil novos empregos diretos, mais de 200 mil empregos indiretos na região mais carente do Brasil”, apregoou.

Tanto Gregório Maranhão, da Unida, quanto Renato Cunha, do Sindaçúcar e Antonio Celso Cavalcante, este ao receber o Prêmio MasterCana Nordeste na noite do mesmo dia no Personnalité Recepções, voltaram a defender a reativação de subsídios de produção ao Nordeste por parte do Governo Federal como fundamental para o desenvolvimento do setor na região. “Os recursos da lei 4870 e da equalização são mecanismos de estímulo à produção nessas regiões carentes e mais que suficientes para se levar adiante um projeto desta natureza”, reivindicou Gregório Maranhão.