A história da região Nordeste do Brasil não é a mesma se for contada sem a participação da agroindústria canavieira, e assim continua sendo. Se a cana-de-açúcar chegou ao Brasil em 1532, trazida pelo colonizador português Martim Affonso de Souza, que iniciou seu cultivo na Capitania de São Vicente (SP), foi no Nordeste que encontrou o berço para sua definitiva implantação como atividade econômica, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, onde os engenhos de açúcar se multiplicaram e, em 1630, havendo mais de 150 engenhos produzindo cerca de 2 milhões de arrobas de açúcar.
Com isso, a cana-de-açúcar confirmou a primeira atividade econômica do Brasil e, ainda na primeira metade do século XVI, teve seu cultivo ampliado da faixa litorânea para o interior. No Nordeste, depois de passar da Mata para o Agreste, migrou para as manchas úmidas do sertão. Pode-se dizer que no Brasil a cana-de-açúcar deu sustentação ao seu processo de colonização, tendo sido a razão de sua prosperidade nos dois primeiros séculos.
Na Capitania de Pernambuco, pertencente a Duarte Coelho, se implantou e floresceu o primeiro centro açucareiro do Brasil, motivado por três aspectos importantes: a habilidade e eficiência do donatário; a terra e clima favorável à cultura da cana; e a situação geográfica de localização mais próxima da Europa em relação à região de São Vicente (SP), outro centro que se destacou como iniciador de produção de açúcar do Brasil Colonial.
O progresso da industria açucareira foi espantoso no fim do século XVI. Na Bahia, onde os indígenas haviam destruído os primeiros engenhos, a produção de açúcar começou após 1550. Alagoas, fronteira com Pernambuco, só teve seu primeiro engenho por volta de 1575. Em Sergipe, os portugueses procedentes da Bahia, iniciaram a produção da cana-de-açúcar a partir de 1590. Na Paraíba, a primeira tentativa de introdução da cultura da cana foi em 1579, na Ilha da Restinga, fracassada pela invasão de piratas franceses na região. A implantação definitiva da cultura da cana na Paraíba surgiu com seu primeiro engenho em 1587.
Já no Ceará, a produção de açúcar no não chegou a ter expressiva importância. Foi iniciada 1622, sendo logo substituída pela fabricação de aguardente. No Piauí a história identifica que a lavoura de cana foi iniciada por volta do ano de 1678 e, no ano de 1692, registra-se apenas um engenho em atividade no Rio Grande do Norte.
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