Embora tenha sido cogitada a possibilidade de manifestações por parte de pecuaristas, por conta da confirmação de sete focos de febre aftosa no Paraná, o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues não recebeu qualquer crítica durante a visita ao Estado. Ele esteve em São Tomé, na região de Maringá, para o início do esmagamento de cana-de-açúcar da safra 2006/07 na destilaria da Cocamar.
O governo paranaense e o Ministério de Agricultura viveram um embate desde outubro porque o Paraná não reconhecia a existência dos focos de aftosa.
Uma fonte que fez parte da organização do evento em São Tomé disse que Rodrigues condicionou sua vinda à ausência do governador Roberto Requião (PMDB), porque os dois já se enfrentaram em alguns temas, como o da aftosa e do da liberação dos transgênicos.
No lugar de Requião veio o secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, que fez cobranças a Rodrigues, não só para ajudar a resolver pendências relativas ao sacrifício dos animais das fazendas onde foram decretados os focos, como para liberação de recursos para os agricultores que enfrentaram problemas climáticos e precisam de dinheiro para a safra de inverno.
“Precisamos de autorização para fazer a necropsia de 1% dos animais que serão sacrificados, que foi uma das exigências dos pecuaristas”, disse o secretário. Chamando Pessuti de “meu caro amigo”, o ministro disse que ficou sabendo das pendências ontem e que vai resolver o problema. A avaliação do rebanho deve ser concluída hoje e deverá ser aprovada pela União antes de ser iniciado o sacrifício do rebanho.
Na próxima semana o ministro deve receber outras reivindicações. O presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, disse que no dia 7 haverá uma reunião em Brasília para alinhavar um documento do setor. “Atualmente a perda de renda preocupa mais que a seca”, disse o presidente da Ocepar. Ele disse que a situação pode ser avaliada da seguinte maneira: em 2003 era possível comprar um trator com 2,8 mil sacas de soja, e hoje são necessárias 4,8 mil sacas.