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Nestlé teme avanço do etanol

O crescente uso de matérias-primas para a produção de biocombustíveis põe em perigo o abastecimento de alimentos para a população mundial, advertiu ontem o presidente do maior grupo agroalimentar mundial, a Nestlé, Peter Brabeck. Ao se cobrir 20% da necessidade crescente de produtos petroleiros com biocombustíveis, como está previsto, não haverá nada para comer, disse Brabeck, à revista suíça NZZ am Sonntag.

Dar enormes subsídios para produzi-los é inaceitável moralmente, afirmou, ao estimar que milhões de toneladas de milho dedicadas aos biocombustíveis são toneladas a menos para o setor alimentar. O fenômeno dos biocombustíveis fez com que o preço do milho aumentasse, as terras cultiváveis são escassas e a água está ameaçada, afirmou Brabeck. Ele explicou que para se produzir um litro de bioetanol (álcool de origem biológica) são necessários 4.000 litros de água.

A empresa divulga seus resultados de primeiro trimestre em 21 de abril. Mas já informou que seu desempenho em 2007 foi beneficiado por aumentos de preços a clientes e que deve se beneficiar da estratégia se pressões de preços de commodities, como grãos e açúcar, diminuírem no segundo semestre deste ano.