As negociações comerciais que estão em curso entre os países do Mercosul e a União Européia, previstas para terminar em 31 de outubro, vão beneficiar o agronegócio do Nordeste.
A avaliação foi feita pelo chefe do Departamento de Comércio Exterior da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Donizeti, em palestra no 12º Seminário Agrinordeste, no Centro de Convenções de Pernambuco.
Para o economista, produtos como camarão, frutas tropicais, charuto e etanol, têm chances de obter quotas de exportação ampliadas e tarifas reduzidas.
Segundo Donizeti, no caso do camarão – 96% provenientes do Nordeste – a oferta da União Européia é reduzir a tarifa de 4,2% para zero, nos próximos três anos. Donizeti lembrou que as importações anuais do crustáceo pelos países do bloco superam US$ 2 bilhões, mas a participação do Brasil nesse mercado é de cerca de US$ 52 milhões.
No ano passado as exportações do agronegócio nordestino chegaram a R$ 1,5 bilhão, com destaque para o açúcar, camarão, fruticultura, cacau, derivados de couro, soja e castanha de caju. Donizeti destacou que a maior parte das restrições de acesso ao mercado internacional, principalmente ao norte-americano, para os exportadores brasileiros é de natureza fitossanitária.
Depois de lembrar que o Brasil vem se firmando como um dos maiores exportadores mundiais, principalmente no segmento de carnes, ele ressaltou que é preciso investir sempre em defesa animal e vegetal, para se manter na liderança de mercado.