Mercado

NE faz pressão por "SOS sucroalcooleiro"

Os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), foram na quinta-feira à chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pedir socorro ao setor sucroalcooleiro do Nordeste.

Segundo o governador pernambucano, o setor está na entressafra e, tradicionalmente, neste período, as empresas nacionais são financiadas pelas tradings. Com a crise internacional, esse fonte de financiamento secou, deixando quase 200 mil trabalhadores rurais sem garantia sequer de recebimento de salário. “O setor tem, sim, problemas seculares. Mas estamos falando de uma área que representa 70% das exportações do Nordeste”.

Para manter o setor estável nesta fase que termina em setembro, quando se inicia a próxima safra, são necessários, segundo Campos, cerca de R$ 500 milhões. Mas ele afirmou que não quer dinheiro para as empresas. Quer assegurar o pagamento do salários dos empregados. Duas sugestões foram levadas à ministra: a primeira seria a compra antecipada de produtos. A segunda alternativa seria que empresas que já compram outras commodities passem também a comprar a cana e seus derivados.

Segundo Campos, o setor, apesar de presente na quase todos os Estados nordestinos, é mais forte em quatro deles: Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em menor escala, a cana é produzida na Bahia, em Sergipe, no Maranhão e no Piauí. “Temos quase 70 mil empresas que, nos períodos de plantio e colheita, empregam 350 mil pessoas. Na entressafra, este número cai para quase a metade”, disse.

O governador não acredita que esta crise no setor nordestino represente ameaças à propaganda que o presidente Lula fará ao colega americano Barack Obama sobre as vantagens de se apostar na produção do etanol.