Não basta somente ter um recurso federal, como o financiamento para manter a sustentabilidade do produtor de cana, mas conseguir uma rentabilidade justa e suficiente para dar condições de honrar os compromissos nos próximos anos. Essa é a opinião de Roberto Cestari, diretor-presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiúva e vice-presidente da Coplana.
Para ele, o produtor deveria ganhar de R$ 0,45 a R$ 0,50 por kg de ATR com uma produtividade média de 140 kg de ATR por tonelada e receber de R$ 65,00 a R$ 70,00 por tonelada de cana, em média. “Esses preços dariam sustentabilidade para manter os produtores na suas atividades. A cadeia produtiva precisa se organizar desde a produção ao produto final pois temos grandes desafios para vencermos”, diz.
Segundo o líder, atualmente os preços estão satisfatórios, mas o segmento atravessou uma grande crise nos últimos três anos, quando a média do kg do ATR ficou em torno de R$ 0,22 e o preço por tonelada era de R$ 30,80 em média. “Hoje no início de safra e escassez do produto, o setor resolveu valorizar o etanol para tentar conter o consumo, para evitar a falta no final da safra. Agora temos que trabalhar para melhorar a produção”, ressalta ele.