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Municípios do RS pedem inclusão em zoneamento da cana

Porto Alegre, 19 – Municípios gaúchos que foram excluídos do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar lançaram hoje um manifesto para voltar a constar no documento, editado em setembro pelo Ministério da Agricultura e que indica áreas aptas ao cultivo ou onde ele é vetado. O corte atingiu 87 cidades que inicialmente constavam no Zoneamento Agrícola da Cana no Rio Grande do Sul, publicado em 17 de abril deste ano.

O regulamento do Estado foi elaborado antes do nacional para não prejudicar o plantio da safra 2009, por causa do período recomendado de cultivo. No zoneamento agrícola, 182 municípios foram considerados aptos ao plantio de cana com a finalidade de produzir açúcar e etanol no Estado.

O problema é que os produtores de municípios que não constam no zoneamento agroecológico não podem solicitar financiamento para a cultura, explicou o deputado Heitor Schuch (PSB), presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa, que promoveu seminário hoje sobre cana-de-açúcar e a produção de etanol no Estado. Além disso, áreas que são tradicionais no plantio de cana, como o litoral norte, foram excluídas, constatou o deputado.

A maior parte destes 87 municípios foi excluída por insuficiência de áreas consideradas aptas ao plantio de cana, disse o coordenador-geral de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Cid Caldas. Ou seja, estas cidades tinham menos de 20% de sua área indicada ao cultivo. Ele afirmou, contudo, que o ministério fará uma revisão técnica de cada caso para avaliar sua possível inclusão no zoneamento. A meta é terminar a avaliação até o final do ano para permitir o planejamento da próxima safra, que começa a ser plantada em julho no Estado. A definição das áreas aptas ao cultivo considerou o tipo de solo, clima e declividade do terreno, entre outros fatores.

O Rio Grande do Sul não cultiva mais que 35 mil hectares de cana em escala comercial. A produção de cana no Estado é incipiente e não supre mais de 2% de sua necessidade de etanol, de 1,3 bilhão de litros do combustível por ano.