Mercado

Multinacional brasileirafecha negócio da China

Quem esteve envolvido com a cadeia da soja nos anos 80 certamente se lembra de Antonio Iafelice. Esse brasileiro impaciente comandou na época uma das maiores operações de soja do Brasil, a Ceval Alimentos, que anos mais tarde foi vendida para o grupo Bunge Ltd.

Agora, Iafelice está de volta. E em grande estilo. Sua empresa, a Agrenco – um misto de consultoria com trading que faz serviços sob medida -, acaba de fechar contrato de fornecimento por cinco anos com a arisca estatal China Grains & Oils, responsável pelas importações que alimentam 1,3 bilhão de chineses. No contrato, a Agrenco se compromete a entregar até 500 mil toneladas de soja neste primeiro ano, um negócio avaliado em US$ 110 milhões. A China é o maior cliente da soja brasileira. Estima-se que, neste ano, ela importe cerca de 5 milhões de toneladas do Brasil. “A cultura chinesa é a da paciência. Negociamos por cinco anos para chegar até a assinatura do contrato. Mas valeu a pena”, diz ele. O negócio foi assinado em Paris e divulgado ao mercado em conference call com investidores internacionais.

Iafelice, que passou quase toda sua carreira negociando com traders, resolveu tornar-se um deles há 13 anos, quando fundou sua própria empresa em Seynod, na França.