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Mudança no Código Florestal penalizará cerca de 40% da produção de PE, diz AFCP

Cerca de 40% da cana de açúcar produzida em Pernambuco terá de ser erradicada para atender as mudanças realizadas no texto original do novo Código Florestal. A estimativa foi feita pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) para demonstrar o efeito nocivo das alterações no documento. O código florestal está agendado para ser votado nesta quarta-feira (18).

A entidade garante que se aprovada sem reconsiderar as recentes mudanças no relatório, a sustentabilidade econômica e a manutenção de milhares de postos de trabalho no setor agroindustrial canavieiro ficarão comprometidas.

De acordo com o vice-presidente da AFCP, Paulo Guedes, os termos excluídos do relatório garantiam a permanência do cultivo de cana e outras culturas semi-perenes em áreas consolidadas. “O governo não deveria ter imposto a retirada desses pontos do texto original”, reclama.

O setor canavieiro acusa o governo de ter pressionado a exclusão desses pontos para tentar iniciar a votação no início do mês, porém, depois de duas tentativas a matéria ainda não foi votada.

O dirigente dos produtores pernambucanos ressalta que o líder do PMDB na Câmara, o deputado Henrique Alves (PMDB-RN), informou, que esta seria a última vez que mudaria a sua posição para atender a solicitação do governo na definição da data de votação do novo Código Florestal. “Ele também avisou que não vota mais nenhuma matéria antes do código florestal”, diz.

Porém, o líder do governo na Câmara já anunciou pela imprensa que a votação do código florestal está prorrogada indefinidamente até que sejam votadas algumas medidas provisórias de interesse do governo. “Independente do desejo do governo, o setor produtivo agrícola está confiante que o deputado Henrique Alves, líder do PMDB na Casa, juntamente com os partidos de oposição e até de outros deputados da base aliada do executivo federal, deva pressionar o governo para garantir a votação na próxima semana”, reforça Guedes.