Mercado

MST acampa em frente de usina do grupo Cosan em SP

Cerca de 300 pessoas, entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de sindicatos, da Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF) e ainda estudantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), acamparam hoje em frente da Usina Santa Helena, do Grupo Cosan, em Rio das Pedras (SP).

O grupo protesta contra as condições dos trabalhadores no corte da cana-de-açúcar e aproveitou a véspera do Dia do Trabalho, amanhã, para fazer o protesto e ainda cobrar agilidade dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na reforma agrária.

Os portões da usina estão bloqueados para impedir a entrada de caminhões e parar o processo de produção, mas as saídas estão liberadas. “A intenção é permanecer por tempo indeterminado aqui até que a situação degradante do trabalhador rural no corte de cana seja substituída por uma reforma agrária nessas propriedades”, disse Pedro Sales, militante do MST. Segundo ele, a situação no local é tranqüila, apesar da presença da polícia militar.

Segundo nota divulgada pelo MST, os trabalhadores do corte da cana enfrentam “uma realidade aterrorizante, que não condiz em nada com o discurso promovido pelo agronegócio”. Há relatos, de acordo com o movimento, de jornada de trabalho excessiva, seqüelas físicas e até morte por exaustão.

O MST informa ainda que o Grupo Cosan, a Usina Santa Helena e a empreiteira rural Menudo respondem na Justiça a um processo movido por mais de 40 trabalhadores rurais que denunciam escravidão por dívida, cárcere privado, terceirização fraudulenta, assédio moral e ameaças com armas de fogo, entre outras irregularidades. O Grupo Cosan seria citado em outras 103 denúncias na área trabalhista.

A assessoria da companhia informou que ainda apurava o ocorrido na Usina Santa Helena antes de o Grupo Cosan se manifestar.