Um sistema que defina o pagamento da cana-de-açúcar nos moldes do já adotado no Estado de São Paulo por meio do Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool (Consecana) foi proposto no Mato Grosso do Sul (MS) para melhorar a coordenação e articulação entre os elos da cadeia sucroenergética.
Para Eduardo Leão de Sousa, diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), um modelo semelhante ao do Consecana é fundamental para uma indústria em expansão, como a sul-mato-grossense. “O modelo beneficia toda a cadeia. É um mecanismo poderoso, de caráter privado, que permite o compartilhamento do risco de preços entre produtores e indústria. Com isso diminuímos o poder de barganha dos dois lados, pois a regra já está determinada”, afirmou Sousa
Em São Paulo, o Consecana é formado pela Unica e pela Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana). Seu sistema de pagamento é baseado no teor de sacarose da cana-de-açúcar e tem adoção voluntária. O Mato Grosso do Sul possuiu atualmente 17 usinas em funcionamento, com expectativa de crescimento de 95% em três anos e moagem na safra 2009 de aproximadamente 33 milhões de toneladas. “É um dos Estados onde, seguramente, vai acontecer a maior expansão nos próximos anos”, enfatizou Sousa.
Em evento em Campo Grande (MS), o diretor executivo da entidade disse que o setor sucroenergético sentiu fortemente a crise, pois vinha de um período de grandes investimentos, cerca de US$ 20 bilhões nos últimos quatro anos. “Fomos muito afetados também pelo fato de que os preços do etanol e açúcar vinham baixos já há alguns anos e o crédito para capital de giro literalmente secou. No entanto, os fundamentos de mercado continuam positivos para médio e longo prazo. Tanto no Brasil como no exterior, o setor tem uma boa perspectiva de crescimento”, conclui.