A redução de álcool na gasolina fará com que os donos de carros a fazer ajustes mecânicos no motor. Os custos desses serviços nas oficinas são estimados entre R$ 50 a R$ 100. O gasto é necessário para a regulagem dos motores e fazer com que eles tenham consumo equilibrado do combustível.
“Sem a regulagem, o motor consumirá mais gasolina, além de poluir mais com a emissão de monóxido de carbono”, diz o mecânico Emerson Dinardo, de Ribeirão Preto, no interior paulista. Segundo ele, esses ajustes são obrigatórios nos veículos com carburador. “Os carros com injeção eletrônica se auto-ajustam, embora possam apresentar falhação”.
A adição de álcool anidro à gasolina deve cair de atuais 25% para 20% a partir de 1º de fevereiro próximo. A medida é para garantir o suprimento de álcool hidratado durante a entresafra. Os empresários do setor comprometeram-se a iniciar a moagem a partir de abril próximo, e não em maio – como é de costume -, para ajudar na recomposição do produto.
A redução do percentual de anidro, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é uma precaução não só para atender aos donos de veículos a álcool, mas porque existe uma demanda “clandestina” do combustível formada pelos motoristas que empregam o chamado “rabo de galo”: adicionam álcool hidratado em meio à gasolina para economizar. O volume do derivado da cana-de-açúcar adquirido por esses motoristas é difícil de ser mensurado e, assim, confunde as planilhas de distribuição. O mercado de álcool, antes controlado pelo governo, está liberado desde 1997.