A queda nos preços dos carros zero provocada pela redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) vai durar menos do que se esperava. Segundo o Instituto de Concessionárias do Brasil (ICBR), consultoria que reúne mais de 200 associações do setor em todo o país, o aumento de preços anunciado pelas montadoras nesta semana vai derrubar o preço promocional dos carros populares e reduzir pela metade os descontos nos carros médios, os mais beneficiados pela redução do IPI.
O reajuste na Fiat varia de 1,2% a 1,7%. Na General Motors os aumentos nos veículos vão de 1% a 3%, enquanto a Volkswagen deixou para os próximos dias a divulgação da nova tabela. A Ford decidiu manter os preços atuais. “O carro popular, cujo desconto médio foi de 1%, vai ter um aumento médio agora de 1,2%, o que anula a queda do IPI. Os carros médios vão perder, pelo menos, 50% da promoção atual”, diz o diretor do ICBR, Evaldo Costa. As montadoras alegam que o reajuste tem como objetivo repassar a variação do dólar nos últimos meses. Nas concessionárias da Fiat e da GM os revendedores estão mantendo os preços atuais e prometem segurar o valor dos carros por mais 15 dias, tempo previsto para duração dos estoques. “Não pretendo adotar os preços novos agora. Temos estoque para mais 15 dias, e para os carros que já estão aqui vamos manter os preços antigos”, diz o gerente de vendas da Pompéia Veículos (GM), Oswaldo Caldeira. O diretor do ICBR afirma que o momento é péssimo para um reajuste de preços no setor automobilístico, e que os novos índices vão prejudicar o desempenho das revendas nos próximos meses. (Diário de SP)