O diretor de assuntos corporativos da Monsanto, Rodrigo Lopes Almeida, informou que a companhia prepara para meados do mês que vem investimento adicional no Brasil para atender a demanda por novas tecnologias na área de sementes, como plantas resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. “Com o marco regulatório mais estável, estamos vislumbrando novos investimentos. Isso é importante, já que dizem que empresas de biotecnologia não investem em pesquisa no País”, disse. O executivo não revelou o valor do investimento, que será adicional aos US$ 40 milhões destinados anualmente ao Brasil. “As aprovações já foram obtidas e vamos trazer nova variedade de sementes de soja, milho, algodão e cana de açúcar”, afirmou. A Monsanto investe US$ 2 milhões por dia em pesquisa no mundo. De acordo com Almeida, as novas sementes serão mais produtivas, porém a Monsanto deve manter sua capacidade de produção de sementes n! o País em 40 mil toneladas anuais, nas unidades de Uberlândia, em Minas Gerais, e de Santa Helena, em Goiás. Segundo o diretor, o Brasil já é o segundo maior investimento da Monsanto fora dos Estados Unidos. O País representa cerca de 15% da receita global da empresa, que no ano passado foi de US$ 9,8 bilhões. Para Almeida, o Brasil deve manter este ano igual volume de produção e faturamento de 2008. Nos últimos dez anos, a Monsanto tem crescido no Brasil à taxa de 10% ao ano. “O setor agrícola está sofrendo menos que o financeiro com a crise e o grande motivador são os preços das principais commodities agrícolas, que ainda estão acima da média histórica”, disse. Para Almeida, o crescimento da Monsanto no Brasil reflete a expansão da agricultura no País. “Estamos surfando nessa onda e investindo significativamente no mercado brasileiro. Em novembro de 2008, por exemplo, no auge da crise, compramos por US$ 290 milhões a CanaVialis e a Alellyx, do Grupo Votorantim, para iniciar o investimento em cana de açúcar”. Questionado sobre novas aquisições, Almeida disse que a Monsanto sempre olha o mercado, mas agora está com foco no investimento em pesquisa – como os US$ 60 milhões que serão aportados até 2012 em centros de pesquisa de milho e soja. A Monsanto inicia esse ano, em termos globais, um plano de re-estruturação da companhia que vai resultar na demissão de 900 pessoas, ou cerca de 4% da força de trabalho. No Brasil, disse Almeida, o número de demissões será pequeno. De acordo com ele, os desligamentos ocorrerão para adequar a área química (defensivos agrícolas) à demanda do mercado. “Vamos manter os volumes de produção, mas cortando custos e criando marcas mais competitivas”, informou. A previsão do executivo é que em 2009 e 2010 a área química obtenha cerca de R$ 1 bilhão de lucro bruto; a metade do apurado em 2007 e 2008. concorrência. Hoje, a área química representa 40% do lucro bruto da companhia e a de sementes, 60%. Segundo Almeida, a Monsan! to tem sofrido a concorrência predatória dos chineses na primeira. “A competição chinesa se tornou mais acirrada de setembro para cá. A capacidade chinesa de produção subiu e eles direcionaram os produtos para os mercados da Monsanto”, explicou. O executivo informou que, em um ano, os chineses derrubaram o preço dos glifosatos – base para a produção de herbicidas – de US$ 12 para US$ 3, lançando marcas genéricas do herbicida Roundup da Monsanto. A Monsanto iniciou atividades no Brasil em 1950, com a venda de matérias-primas para a agricultura. Em 1963, instalou escritório de vendas em São Paulo e 13 anos depois inaugurou a primeira fábrica em São José dos Campos. Em 2001, a empresa lançaria sua segunda unidade na área química, em Camaçari, na Bahia. Hoje, a companhia conta com vinte unidades de pesquisa, armazenagem e processamento de sementes em oito estados e emprega 2,8 mil pessoas.
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