Mercado

"Modelo para a Alca envelheceu"

Washington, Brasil e Estados Unidos precisam de um novo plano para ampliar o comércio bilateral, pois a meta de criar uma zona de livre comércio nas Américas, idealizada há 12 anos, está ultrapassada, disse ontem o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan. Em palestra a um grupo de empresários norte-americanos, Furlan comparou a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) a um terno reservado para ocasiões especiais, mas que não serve mais.

“Precisamos de um novo traje”, disse o ministro. “A Alca não é o modelo correto para o momento nem para o futuro”, acrescentou. Animados com o resultado do Nafta (zona de livre comércio da América do Norte), os líderes das Américas decidiram em 1994 criar uma zona de livre comércio do Ártico à Terra do Fogo.

Mas as negociações se arrastaram, em grande parte pelas discordâncias entre Brasil e EUA. Para Furlan, a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dificilmente criará oportunidade para a retomada da Alca, mas a estreita relação de Lula com George W. Bush representa uma chance “de construir uma proposta, de modo que os países do Mercosul possam se abrir aos países da América do Norte”.