Cerca de 25 por cento da safra de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil foi processada até este momento, percentual inferior ao registrado em igual período de 2006, de aproximadamente 30 por cento, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) na quinta-feira.
A safra foi afetada inicialmente pela falta de equipamentos nas usinas. Várias empresas foram impedidas de antecipar a produção como haviam planejado porque não receberam peças de fornecedores. Depois, em maio, chuvas levaram a interrupções na colheita.
Esta semana, greves de cortadores de cana pelo interior de São Paulo, especialmente na região de Araraquara, têm prejudicado o andamento da moagem. Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Segundo a Unica, o problema é localizado.
“Estamos esperando ainda a safra ganhar ritmo. A expectativa é que talvez na segunda quinzena de junho tenhamos um período pleno de moagem”, afirmou o diretor-técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, à Reuters.
A Unica projeta a safra do centro-sul no recorde de 420 milhões de toneladas, ante 371 milhões em 2006/07.
Pádua afirmou que ainda não tem dados fechados da safra até o momento, mas antecipou que a produção está mais “alcooleira”. O volume de cana destinado ao combustível está dois percentuais maior na comparação com a safra passada.
O dado está em linha com a previsão do mercado e da própria Unica, que é de uma destinação de 52,7 por cento da safra para a produção de álcool, ante 50,4 por cento em 2006/07.
Pádua afirmou ainda que a cana colhida até agora teve uma produtividade agrícola 5 por cento inferior à registrada até igual data de 2006. Também o rendimento industrial está menor – 1,5 por cento.