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Mitsui sai e Petrobras quer reduzir fatia em alcooduto

A Petrobras pretende reduzir sua participação na PMCC Projetos de Transporte de Álcool S.A., empresa onde é parceira da Mitsui e da Camargo Corrêa. A empresa foi criada para a construção de um alcoolduto ligando o interior do Centro-Oeste ao litoral do Sudeste para escoar etanol produzido no interior até os principais mercados consumidores e também para os portos. Esta redução teria como primeiro movimento a saída da Mitsui.

A ideia da estatal é abrir espaço para novos sócios interessados no projeto. Os potenciais novos sócios seriam os outros projetos de alcooldutos existentes, a Uniduto Logística S.A. e o projeto da ETH, braço sucroalcooleiro da Odebrecht. Em busca de sinergias, negociações entre os três projetos de dutos já ocorrem há alguns meses.

A informação de que a Mitsui tem a intenção de deixar a PMCC consta no prospecto divulgado pela Petrobras para sua oferta pública de ações encerrada na semana passada. Parceira do projeto desde sua criação, em março de 2008, a japonesa Mitsui possui um terço do capital da PMCC. Os outros dois terços estavam divididos igualmente entre Petrobras e Camargo Corrêa. Com a saída da Mitsui, a Camargo Corrêa ficará com 51% da PMCC e a Petrobras com 49%. Procurada, a Petrobras confirmou as informações contidas no documento. A Uniduto confirmou as negociações com a PMCC através de sua assessoria.

Mas, segundo apurado pela Agência Estado, a Petrobras e a Camargo Corrêa pretendem redistribuir a participação na PMCC com os novos sócios. Neste sentido, a PMCC vem mantendo negociações com a Uniduto e com a ETH. O objetivo da Petrobras e da Camargo Correa é de reduzir sua participação na PMCC (ou na empresa que venha a sucedê-la na realização do projeto) para apenas cerca de 20%.

No projeto de duto da PMCC, os investimentos estão orçados em R$ 5 bilhões e devem ser realizados ao longo de até cinco anos. O alcooduto terá mais de mil quilômetros de dutos, tanques e centros de coleta vinculados às redes hidroviária e rodoviária. A Petrobras afirma que a construção terá início ainda em 2010, no trecho entre Ribeirão Preto e Paulínia. A expectativa da PMCC é de que este trecho entre em operação no terceiro trimestre de 2011.

O projeto integral prevê a construção de dutos entre Senador Canedo, no interior de Goiás, e Paulínia, no interior de São Paulo, passando por Itumbiara (GO), Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). Nessas cidades, existirão centros de coletas. A partir de Paulínia, onde está localizada a refinaria da Petrobras, um duto partirá em direção à cidade de São Paulo e dali para São Sebastião, no litoral paulista. Outro duto seguirá em direção ao Rio de Janeiro. E um terceiro duto vai até ao município de Anhembi. Está prevista uma conexão com a rede hidroviária do oeste paulista e de Mato Grosso do Sul. O objetivo da Petrobras e da Camargo Corrêa é de alavancar o máximo dos investimentos necessários para a consecução das atividades da PMCC por meio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).