Entrou hoje em vigor a mudança no percentual de álcool anidro adicionado à gasolina, que sobe de 20% para 23% do total. A resolução, anunciada pelo governo em 31 de outubro e publicada no “Diário Oficial” da União no último dia 13, não provocou até o momento variações significativas nem no preço do álcool nem na gasolina.
Na bomba, o preço médio do álcool no Brasil oscilou de R$ 1,506 para R$ 1,494 entre a semana anterior ao anúncio da medida e a semana retrasada –último dado disponível no site da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Mas o preço parou de cair, já que apresentava tendência de baixa desde que atingiu R$ 1,619 em agosto.
Na usina, os preços também permaneceram praticamente estáveis. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP, o álcool anidro (adicionado à gasolina) tem oscilado entre R$ 0,85 e R$ 0,89 há mais de dois meses. O mesmo aconteceu com o hidratado (usado diretamente para abastecer os veículos), que permaneceu entre R$ 0,74 e R$ 0,77 no período.
Da mesma forma, também não houve impacto significativo nos preços da gasolina. Segundo a ANP, em média o litro da gasolina caiu de R$ 2,536 para R$ 2,528 no período.
O Ministério da Agricultura informou que a mudança na fórmula poderia levar a uma pequena redução no preço da gasolina, já que o álcool é mais barato e teria mais participação na fórmula.
Sindicatos de distribuidoras e postos afirmaram, no entanto, que a diferença era muito pequena para provocar impacto nos preços e também levantaram a possibilidade de que houvesse alta no litro do álcool.
Segundo o Cepea, a mudança na gasolina provocou aumento na demanda por álcool anidro nas usinas. Como os estoques estão altos e superam 5 bilhões de litros, entretanto, a maior procura ainda não influenciou os preços.
Alterações mais significativas de preços do álcool poderão ser verificadas a partir de dezembro, quando começa a entressafra da cana-de-açúcar.