Brasília – A mistura de biodiesel com o diesel tradicional não deverá afetar, ao menos por enquanto, o preço do diesel comercializado nas bombas dos postos de combustível. A avaliação foi feita hoje pelo diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles.
“Isso depende das condições de cada mercado, mas no momento não está previsto nenhum tipo de aumento, nem de redução (no preço)”, disse, depois de participar da solenidade de assinatura de contratos de compra, pela Petrobras, de 65,3 milhões de litros de biodiesel. Esses contratos se referem ao primeiro leilão do combustível, realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) no fim do ano passado. Segundo Dornelles, atualmente a BR Distribuidora e da rede ALE já comercializam biodiesel misturado ao óleo diesel tradicional em Belém, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Esse biodiesel, porém, foi adquirido diretamente dos fabricantes. Mas a presença do biodiesel nos postos do país deve crescer a partir da segunda quinzena deste mês, quando começam a ser comercializados os lotes adquiridos pela Petrobras no leilão da ANP.
Crescimento
Segundo o gerente geral de Produtos Claros da Petrobras, Edgard Manta, o biodiesel que é adquirido agora será misturado a uma parte do diesel comum produzido pela empresa. Atualmente, a Petrobras produz 40 bilhões de litros de diesel comum por ano. Mas, em 2007, o Brasil deverá ter capacidade para produzir 1,120 bilhão de litros de biodiesel, o que já seria suficiente para suprir a demanda estimada pelo governo em cerca de 800 milhões de litros no ano de 2008, quando a mistura de 2% de biodiesel no diesel tradicional vendido nos postos passará a ser obrigatória.
A estimativa é do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Segundo ele, atualmente há 22 unidades de produção de biodiesel sendo instaladas no país. Até 2007, disse o ministro, deve subir para 34 o número de fábricas desse combustível. A Petrobras, por exemplo, deverá contribuir para aumentar essa produção.