Fechada a previsão de compras externas, Furlan revê estimativa de superávit em 2006 para US$ 42 bilhões. As importações e as exportações brasileiras devem continuar crescendo nos próximos anos, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O ministro manteve ontem a sua estimativa para as exportações em US$ 132 bilhões e anunciou a previsão de US$ 90 bilhões em importações. Com isso, a projeção de superávit foi elevada para US$ 42 bilhões frente a estimativa inicial de US$ 40 bilhões.
“Estamos com exportações de US$ 128 bilhões em 12 meses e, portanto, faltaria US$ 4 bilhões para completar a meta do ano. No ritmo que estão crescendo as importações achamos que teremos um número muito próximo de US$ 90 bilhões, um pouco menos ou um pouco mais. Com isso teríamos US$ 42 bilhões de saldo”, disse após participar ontem de evento de comemoração dos quatro anos da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), em São Paulo.
De acordo com Furlan, esse patamar de importação em torno de US$ 90 milhões daria um ritmo de crescimento de 22% no ano, o que praticamente dobraria o valor de US$ 47 bilhões obtido em 2002, em quatro anos. “Isso é muito bom, porque é um momento em que a economia brasileira se abre sem grandes traumas, com algumas ameaças, mas sem grandes traumas. Tudo isso favorece o consumidor brasileiro que pode escolher melhor produtos de qualidade a preços competitivos”, disse Furlan.
O ministro atribuiu o aumento das importações à melhora do mercado interno brasileiro. “Houve aumento da importação de máquinas e equipamentos, insumos e matérias-primas e também bens de consumo”.
Em relação ao crescimento das exportações, Furlan apontou alguns setores como protagonistas. “Continua muito bem o segmento de material de transportes, com os veículos e aviões. E também a área de petróleo que este ano deve representar um acréscimo de US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões no saldo da balança comercial”, disse Furlan incluindo ainda na lista de destaques das exportações brasileiras outras áreas como minérios, papel e celulose, açúcar e álcool, além de café.
Para Furlan, uma série de acordos comerciais entre o Mercosul e vários países ou regiões têm contribuído para a evolução do comércio exterior brasileiro, que este ano deve obter uma corrente de comércio – importações somadas a exportações – superior a US$ 220 bilhões. Ele destacou acordos prestes a serem fechados com México, Índia, Egito e o grupo de países do Golfo Pérsico (GCC, na sigla em inglês).
México no Mercosul
Assim como Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, o México poderá se tornar membro-associado do Mercosul nos próximos 12 meses, segundo previsão do ministro. Atualmente, o México participa do bloco como observador. Furlan lembrou que existe também um projeto no Ministério da Fazenda para criar uma nota fiscal de exportação para o Mercosul, em moeda nacional, para que seja possível realizar uma compensação direta, eliminado a dolarização, o que favoreceria o comércio na região.