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Ministro espera redução do álcool até sexta; ANP vai investigar especulação

A queda do preço do álcool nas usinas, acertada entre o governo e os produtores na semana passada deverá chegar ao consumidor até o fim da semana. É o que espera o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

“Não há razão nenhuma para que, uma vez que os preços na usina caíram, os preços na bomba subam. Isso é uma ação que precisa ser bem entendida e bem explicada. Eu não entendo as razões pelas quais isso possa estar acontecendo”, disse Rodrigues ao comentar a elevação de aproximadamente 4,5% no preço do álcool na bomba, segundo pesquisa semanal divulgada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Na usina, segundo pesquisa da Esalq (Escola Superior de Agricultura da USP) o preço caiu, conforme previa o acordo.

O ministro destacou que a elevação dos preços refletida na pesquisa ainda pode significar uma “acomodação”, devido a estoques e compromissos negociados antes do acordo fechado na sexta-feira.

“Eu acho que essa acomodação de preços é muito rápida, e ainda nesta semana eu espero que vocês me dêem razão: nós vamos ter o consumidor também beneficiado nesse processo”, disse o ministro aos jornalistas, após assinar acordos de cooperação com ministro de Negócios Estrangeiros da Tunísia, Abdelwaheb Abdalahah.

Ele fez questão de elogiar o setor produtivo, que está cumprindo sua parte no acordo. “Estou absolutamente tranqüilo quanto à posição do setor produtivo, isso para mim é o mais importante. O setor demonstrou maturidade, competência, entendimento, sabe que as coisas têm que ser tratadas no longo prazo, e não como uma questão meramente conjuntural”, afirmou.

Segundo Rodrigues, o Ministério da Agricultura tinha uma responsabilidade sobre a elevação do preço do álcool, que era convencer o setor produtivo a reduzir o preço durante a entressafra pensando no longo prazo. Mas ele destacou que esse acordo vale para o preço do produto até que ele saia da usina. “Dali pra frente é responsabilidade de outras áreas”, comentou.

Diagnóstico

Antes de se reunir com as distribuidoras e representantes de postos de combustíveis para discutir o problema, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, decidiu avaliar o comportamento dos agentes responsáveis pela comercialização do produto.

Ele informou hoje, por meio de sua assessoria de imprensa, que pediu à ANP um diagnóstico do setor para detectar “eventuais movimentos especulativos na comercialização do álcool”.

Após essa avaliação do setor, o governo deverá adotar “medidas legais possíveis” para que o acordo com os usineiros para a redução do preço do álcool chegue ao consumidor, segundo informou o Ministério de Minas e Energia.