Mercado

Ministério vai acompanhar abastecimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ontem que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento acompanhe a oferta de álcool no País. O chefe do Executivo esteve reunido com o ministro Luís Carlos Guedes Pinto.

Desde que a entressafra da cana-de-açúcar começou o preço passou a subir. Nas duas últimas semanas, o reajuste dos valores pagos por distribuidoras às usinas soma 9,56%. Já o anidro teve reajuste de 1,3% na última semana, perfazendo 1,62% na quinzena, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP). A explicação de analistas do setor é que na última semana de 2006, poucas usinas paulistas estiveram ativas no mercado, mas a demanda, sobretudo por álcool hidratado, se mostrou relativamente aquecida. Em toda a entressafra do ano passado o produto se valorizou 65%. Consultores acreditam que, diante deste quadro, no próximo mês o combustível perderá sua competitividade frente à gasolina.

O governo está preocupado com as oscilações de preços do produto ocorridas no final de 2006. “Esperamos que as cotações se mantenham conservadoras até meados de abril, quando começa a nova safra”, disse o ministro em nota.De acordo com Guedes, não há justificativas no mercado para aumentos elevados nos preços do álcool, tendo em vista o atual quadro de oferta e demanda. Segundo ele, o estoque de passagem no início deste ano é de 4,78 bilhões de litros, com previsão de que no começo da próxima safra existam ainda 500 milhões de litros.

Segundo previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção 2006/07 no Centro-Sul, cuja moagem da cana-de-açúcar, encerrou-se no início de dezembro passado, alcançou o recorde de 15,86 bilhões de litros. Desse total, 12,64 bilhões de litros se destinam ao mercado interno e 3,01 bilhões às exportações. O governo acredita ainda que haverá uma produção antecipada de 400 milhões de litros da temporada 2007/08. Segundo a nota divulgada pelo ministro, os aumentos registrados agora foram um pouco elevados, mas estão dentro dos parâmetros normais. Ele afirmou que os reajustes foram provocados pelo preço do álcool favorável em comparação com o da gasolina (52,47%); o crescimento da demanda decorrente das festas de fim de ano e férias; o tamanho de frota de veículos “flex-fuel” e o aumento do transporte rodoviário em substituição ao aéreo.