O que Minas Gerais quer com Dubai, cidade dos Emirados Árabes, no Oriente Médio, do outro lado do planeta? A distância pode parecer entrave para os negócios, mas 80 empresários e gestores do governo do Estado tentam, nesta semana, convencer outros 57 empresários árabes dos setores eletroeletrônico, de moda, alimentos e construção a comprar produtos mineiros.
A orquestração rumo a Dubai envolve a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg),com apoio do governo do Estado, a Câmara Brasil-Árabe e o Ministério das Relações Exteriores.
Após 14 horas de vôo, Carlos Abijaodi, gerente do Centro de Negócios Internacionais da Fiemg, sonha com as empresas mineiras no mercado árabe. Ontem, no primeiro dia da missão, aconteceu um encontro na Câmara de Comércio e Indústria de Dubai. “É um mercado comprador e distribuidor para os Emirados Árabes e vizinhos e existe um desconhecimento muito grande sobre o Brasil”, explicou.
Hoje, os empresários vão conhecer a Zona Franca Jebel Ali, onde está o porto de Dubai. É a 13ª mais movimentada do mundo, onde empresas multinacionais têm isenções comerciais e fiscais.
Os Emirados Árabes já recebem produtos da Gerdau, Acesita, Rima Industrial, Coruripe de Açúcar e Álcool, Valourec&Mannesman, Black and Decker, Da Granja e Cossisa (frigoríficos). Mas ainda é pouco.
Minas exportou U$S 90 milhões em 2007 para os Emirados Árabes. E para o Egito, foram outros U$S 40 milhões referentes a negócios da Fiat e dos frigoríficos Mataboi e Bertim.
Futuro. Se você ainda tenta entender o que tudo isso tem a ver com sua vida, a resposta vem do subsecretário de assuntos internacionais do governo de Minas, Luiz Antônio Athayde. “Melhoria de renda e emprego para as próximas gerações”, discorrendo sobre a troca de esperança por prosperidade.
Ele também enxerga em Dubai um capital para projetos de logística. “Eles podem ajudar na distribuição de etanol e vamos mostrar nossa capacidade de produção no agronegócio.”
Todo mundo quer um naco desse mercado. Pudera: é só olhar os números. O minúsculo pedaço de terra detém 30% dos guindastes de construção do mundo, com PIB em torno de 19% do total – mais que o dobro da China. Abrigam o primeiro hotel sete estrelas do mundo, o Burj Al Arab, com diárias de até US$ 16,5 mil.
China, Japão, Singapura, Argentina, França, Itália, Estados Unidos já sabem que Minas tem um grande potencial, devido às missões anteriores.
Singapura. O governo do Estado agora está prestes a assinar acordo com a Empresa de Cooperação de Singapura. Representantes estiveram lá em outubro de 2007, de olho em investimentos em tecnologia, eletrônica e biomédica. “Singapura é do tamanho da região metropolitiana de Belo Horizonte, mas exportam produtos de alto valor agregado e logística”, informa Luiz Antônio Athayde. Entre acordos de cooperação, o governo de Minas tem mais de 20.