Mercado

Milho puxa movimento maior em Paranaguá

Embora o complexo soja, principal produto de exportação de Paranaguá, tenha apresentado queda em relação a 2005 de pelo menos 1,4 milhão de toneladas, o crescimento expressivo das exportações de milho (mais de 300%) e de álcool (20%) estão garantindo um desempenho positivo ao porto paranaense.

Até a primeira quinzena de outubro, o volume de movimentação de cargas cresceu 6,5% no comparativo com 2005, atingindo 26,14 milhões de toneladas, contra 24,54 milhões de toneladas no ano passado.

Em 2005, no mesmo período, o porto havia exportado apenas 550 mil toneladas de milho e, neste ano, o total já chegou a 2,65 milhões de toneladas. Já o álcool, de janeiro a agosto deste ano, teve movimento de 323 mil toneladas, contra 269 mil no mesmo período do ano passado. Cevada, açúcar e trigo também apresentaram crescimento expressivo.

A elevada exportação de milho se explica pelo baixo preço vigente no mercado interno nos últimos meses, entre R$ 12 a R$ 12,50 a saca, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

O estado é o maior produtor brasileiro e, em 2005, teve uma boa safra de 11,2 milhões de toneladas. Como o consumo interno estadual é de 8 milhões de toneladas, há sobras para exportação. A demanda de milho caiu por conta das crises decorrentes da febre aftosa e da gripe aviária, que reduziram o consumo de rações.

O principal motivo do direcionamento para a exportação, no entanto é o PEP, um programa do governo federal que garantiu até agora o pagamento do preço mínimo de R$ 14 a saca do milho exportado e adquirido através de leilões, preço que está próximo do custo de produção da cultura. Mas, segundo a Ocepar, esta movimentação deverá reduzir-se até o final do ano, já que o milho recupera seus preços tradicionais.

Segundo o chefe de operações do porto de Paranaguá, Cláuber Candian, Paranaguá preparou-se para o crescimento da movimentação do milho, criando uma logística que permite exportar diversos produtos usando as mesmas correias.

“Temos um porto multicargas que permite vazão de até nove mil toneladas/hora de milho. Este processo é um dos mais rápidos do Brasil, tornando o processo mais barato e seguro”, explica Candian.

Álcool

Já o crescimento nas exportações de álcool se deve ao incentivo para embarque do produto no terminal de granéis líquidos. Antes, só derivados de petróleo tinham preferência no embarque, o que dificultava o escoamento de álcool.