JC 193 – A oferta de álcool combustível no Centro-Sul continuará apertada durante a entressafra da safra 2009/10, mesmo com a redução da mistura de álcool anidro na gasolina dos atuais 25% para 20%, que entra em vigor em 1o de fevereiro e vai até 1o de maio. Com isso, a tendência de migração do consumo de etanol para a gasolina vai continuar.
O estoque de passagem de álcool combustível para 1o de maio está estimado em 1,3 bilhão de litros, volume suficiente para 18 dias de consumo, segundo informações da consultoria Datagro. Na safra passada, os estoques de passagem para o mesmo período eram suficientes para 10 dias.
A expectativa é de que os preços médios do álcool continuem firmes em relação à média das cotações em 2009/10, de acordo com Plínio Nastari, presidente da consultoria.
Na semana encerrada no dia 15 de janeiro, o álcool combustível era competitivo apenas em três Estados do Brasil, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os Estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins mantinham-se competitivos. São Paulo — maior produtor e consumidor — perdeu a competitividade no início de 2010. “Com os carros flexfuel, o consumidor pode escolher seu combustível”, afirmou Nastari. As distribuidoras de combustíveis registraram um aumento de 6% do consumo de gasolina em dezembro, por conta do aumento do etanol.
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Na safra 2009/10, os preços do álcool mantiveram-se baixos, com preços abaixo dos custos em boa parte da colheita. Mas as cotações aumentaram no fim do ano, com mais força a partir de novembro.
Na safra 2009/10, a produção de álcool ficou em 25,05 bilhões de litros, uma queda de 9% sobre o ciclo anterior, de 27,52 bilhões de litros. A expectativa é de que a oferta cresça em 2010/11, uma vez que o Brasil deverá registrar novamente safra recorde de cana. No entanto, os preços firmes para o açúcar no mercado internacional deverão levar as usinas a exportar mais a commodity.
As regiões Norte e Nordeste do país deverão “importar” açúcar e álcool do Centro-Sul durante a entressafra (entre maio e agosto), uma vez que as usinas daquela região estão exportando mais que o esperado. Tradicionalmente, a região Nordeste “importa” álcool do Centro-Sul, mas poderá precisar também de açúcar.
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