Mercado

Mercado projeta corte de meio ponto na Selic

Com a proximidade de mais uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), intensificam-se as apostas em relação à decisão que será tomada pela autoridade monetária sobre a taxa básica de juro da economia brasileira. Dessa maneira, após a recente aceleração inflacionária e também em função de uma ligeira melhora da atividade econômica, as projeções apontam para um corte mais tímido da Selic.

A questão, agora, é: de quanto será o corte promovido pelo Copom nesta semana? Analistas e investidores vêm divergindo em suas apostas, sendo que muitos dos primeiros acreditam em uma redução de 100 pontos base da taxa básica de juro da economia, enquanto o mercado segue apostando mais em um corte de 50 pontos base.

Com relação ao cenário inflacionário, os principais índices de preços mostraram uma maior elevação no início deste mês, refletindo, basicamente, um maior impulso por conta da compra da lista de material escolar e também dos reajustes das mensalidades escolares. As maiores despesas por conta do pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) também contribuíram para a aceleração dos preços.

Dessa maneira, o IPC da Fipe apresentou elevação de 0,71% na segunda quadrissemana de janeiro, acima da alta de 0,42% registrada em dezembro. Destaque para a forte elevação dos preços da educação (+4,42%) e também dos preços do grupo despesas pessoais (+1,80%), bem como dos alimentos (+0,94%) no período. Assim, a Fipe acredita que o índice deverá subir 0,70% no mês, a mesma alta projetada para o IPC da Fipe no relatório Focus.

A primeira prévia de janeiro do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), por sua vez, registrou uma alta dos preços da ordem de 0,33% no período, frente a uma variação positiva de 0,27% em igual período do mês anterior. Vale destacar que a inflação medida pelo índice deverá encerrar o mês de janeiro em 0,65%, de acordo com as projeções do relatório Focus, do Banco Central.

No que se refere à atividade econômica, os recentes indicadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam para uma ligeira melhora, especialmente com relação à produção industrial e também às vendas no varejo. Comecemos, então, pela produção industrial. Em novembro, a indústria brasileira registrou uma produção 0,8% maior frente ao patamar registrado em outubro. Na comparação com igual período do ano anterior, a alta foi de 0,3%.

O volume de vendas do comércio, por sua vez, registrou em novembro recuo de apenas 0,27% frente a igual mês do ano anterior, a menor queda em termos anuais nos últimos 12 meses, resultado mais animador que aquele registrado em outubro, quando o indicador caiu 3,03% no mesmo tipo de comparação. No ano, as vendas do comércio varejista acumulam queda de 4,52% entre janeiro e novembro, considerando-se como base de comparação o mesmo período do ano anterior. Em outubro a queda acumulada era de 4,96%.

Percebe-se, assim, que a atividade econômica vem apresentando sinais de melhora, o que deve influenciar na decisão do Copom ao longo dos próximos meses, como já sinalizado na Ata referente à reunião de dezembro, quando a autoridade monetária deu a entender que será mais conservadora em suas próximas decisões referentes à taxa básica de juro da economia brasileira.