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Mercado Internacional de Cana-de-açúcar

Segundo algumas tradings, no mercado internacional de açúcar, deverá haver equilíbrio entre a oferta e a demanda neste ano-safra. Índia e Rússia devem repor seus estoques, enquanto Tailândia, China e Austrália enfrentam problemas climáticos, não devendo obter o mesmo desempenho da safra passada.

Por outro lado, Europa e Brasil apresentam safra muito boa, apesar da quebra de produção, mas com rendimento muito bom. Todos esses fatores, entre outros, têm dado sustentação para o equilíbrio mundial entre a oferta e a demanda. A grande dúvida no mercado mundial é o álcool, pois, segundo analistas do setor, o maior percentual da produção brasileira ( mix) deve ser direcionado para ele, diminuindo, assim, a produção de açúcar.

Essa análise é fundamentada nos números da Anfavea, que mostram que as vendas de veículos bicombustíveis vêm crescendo de forma exponencial.

Segundo pesquisa do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, para atender somente a demanda interna, o setor sucroalcooleiro nacional deverá ter expansão de 33% em área e produção de cana-de-açúcar até 2013. Além desse fator, as exportações de álcool, nesses cinco primeiros meses, indicam crescimento maior que 28%, em relação ao mesmo período do ano passado. Na primeira quinzena de junho, o mercado de açúcar operou com preços em alta e oferta restrita por parte das unidades produtoras.

Segundo fontes do setor, as usinas estão voltadas para o mercado externo, atendendo contratos de exportação assumidos anteriormente. As exportações de açúcar brasileiro somam, nos primeiros cinco meses de 2005, 6,85 milhões de toneladas, o que corresponde a avanço de 47% em relação ao total embarcado em igual época do ano passado. Em maio, as exportações de açúcar para a Rússia representaram 42,2% do total das exportações brasileiras, importando um total de 778.166 toneladas. As vendas para a Europa Ocidental corresponderam a 45% do total exportado no mês.

Na bolsa de Nova Iorque, o preço do primeiro vencimento (julho/05) do açúcar apresentou variação de preço de mais de 4% (período de um mês), enquanto, na bolsa londrina, para o vencimento agosto/05, o incremento nos preços, para o mesmo período, foi de mais de 14%, aumentando o prêmio do açúcar branco sobre o bruto. Na BM&F, considerando o período de um mês, os vencimentos futuros acompanharam as bolsas internacionais subindo, em média, acima de 4% (julho/05, 4,08%; setembro/05, 4,04%; e novembro/05, 5,53%). O Gráfico 1 (Ver gráficos e outras informações, no arquivo em anexo no rodapé da página) mostra tal desempenho. No mercado futuro de álcool anidro, os preços dos vencimentos futuros subiram em maior intensidade que os do açúcar, com variações acima de 15%, com destaque para os meses mais longos. É interessante, por parte dos participantes do mercado futuro, a observação dos preços futuros do açúcar e do álcool anidro em termos de paridade.