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Mercado de açúcar volta a viver clima de euforia

Uma nova onda de otimismo tomou conta dos produtores e analistas do setor sucroalcooleiro. As recentes valorizações do açúcar na bolsa de Nova York alimentam um clima de euforia e as apostas são de novas altas no curto e médio prazos. Nesta quinta-feira, os contratos de março fecharam a 8,79 centavos de dólar por libra-peso, em alta pelo quinto pregão consecutivo, com valorização de 7,6% no período.

Em meio à euforia do mercado, a New York Board of Trade (Nybot) realizou, em São Paulo, dois dias de seminário sobre comercialização em opções de açúcar, encerrado nesta quinta. Foi a primeira conferência da Nybot no Brasil, e outras palestras sobre commodities poderão acontecer, disse Arnaldo Luiz Corrêa, presidente da Archer Consulting.

“Há uma perspectiva de que os preços do açúcar mudem de patamar e passem a trabalhar entre 8 centavos até 10 centavos”, disse John Zarb, diretor da Hencorp Commcor. Segundo ele, há notícias de déficit mundial de açúcar, por conta da redução da safra da Índia e Tailândia. “O Brasil deverá suprir boa parte deste déficit, mas não será pleno porque também aumentou a produção de álcool para o mercado externo”, disse. Segundo ele, o mercado trabalha com a expectativa de que o álcool tire o potencial avanço do açúcar no mercado internacional.

Patrick Funaro, diretor da Fimat Futures, concorda, mas observou que o mercado trabalha com um limite de alta e que os fundamentos não se sustentam no longo prazo, lembrando da necessidade de se fazer hedging.

O seminário promovido pela Nybot procurou dar enfoque à necessidade de usar os instrumentos de hegding no mercado para se proteger da volatilidade. Patricia Hemsworth, diretora de álcool e mercado de produtos agrícolas na Nybot, lembrou que o Brasil é um dos maiores produtores de commodities agrícolas e falou da necessidade de se utilizar os instrumentos de proteção.

Mas parece que a volta do clima de euforia no mercado, com as elevações dos preços do açúcar, está desviando o foco das usinas da utilização desses instrumentos, observou um analista. (MS)