As ofertas de compra de álcool vindas do exterior começaram a estabelecer um piso para os preços internos do combustível nos últimos dias, afirmaram corretores nesta quarta-feira.
O interesse externo de compra estava forte nas últimas semanas, mas poucas vendas eram realizadas até agora porque o mercado interno estava remunerando mais. Porém, com a forte queda dos valores no mercado doméstico, a situação mudou, disseram.
“Apesar do câmbio desfavorável, começou a dar jogo”, afirmou um corretor, que tem compradores interessados da União Européia e dos Estados Unidos. “Tenho visto alguns negócios com embarques para julho e agosto.”
Há ofertas de compra por 520 dólares FOB o metro cúbico (mil litros) de álcool anidro (usado na mistura com a gasolina) para os EUA. O valor praticamente equivale ao praticado no mercado interno, segundo corretores.
Para o mercado europeu, há oferta de compra a 550 dólares FOB para anidro de melhor qualidade.
Nesta quarta-feira, saíram negócios no mercado doméstico com o anidro a 1,03 real o litro (com imposto, na usina), com queda de aproximadamente 10 centavos em uma semana.
“Vinha numa queda violenta de preços, mas de ontem para hoje deu uma maneirada”, disse o corretor.
Para o hidratado (usado nos veículos a álcool e flexíveis), os negócios saem por volta de 1 real por litro (com impostos, na usina), ante cerca de 1,08 real uma semana atrás.
A queda do hidratado é de quase 30 por cento em um mês, devido principalmente ao avanço da safra de cana no centro-sul do Brasil.
Até dia 2 de maio, eram 147 das cerca de 240 usinas da região já processando cana da nova safra, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica).
A safra começa oficialmente em 1o. de maio, mas o início da moagem foi atencipado este ano devido principalmente à escassez de álcool na entressafra.
Neste momento, as unidades estão priorizando a produção do combustível, o que explica o aumento da oferta num ritmo mais rápido que o verificado no mercado de açúcar.
De qualquer maneira, os preços do açúcar começam a dar sinais mais claros de fraqueza, com o aumento da oferta e falta de uma demanda interna mais consistente, disseram corretores.
A demanda externa apenas regular tampouco consegue oferecer sustentação.
A saca de açúcar era negociada nesta quarta-feira por 48 reais, na média, com queda de aproximadamente 1 real na semana, de acordo com corretoras paulistas.
Prêmios para o açúcar VHP do centro-sul do Brasil cotados em pontos por libra-peso sobre o contrato futuro de Nova York. Os prêmios de açúcar branco 150 são cotados em dólar por tonelada contra Nova York: