Mercado

Mercado cresce 70% em sete meses, segundo a Price

No ABN Amro, que intermediou seis operações neste ano, há outras 15 em análise. O mercado de fusões e aquisições está a todo vapor: segundo estudo divulgado ontem pela PricewaterhouseCoopers, em julho foram registradas 46 transações, 70% a mais do que no mesmo mês do ano passado. Desde março, a quantidade mensal de negócios realizados vem superando a média dos dois últimos anos. No acumulado de sete meses, de janeiro a julho, foram fechados 287 negócios – um aumento de 40%. Os investidores nacionais lideram, tanto em aquisições de controle quanto em compras minoritárias: 110, contra 91 de estrangeiros, o que representa uma participação 39% maior do que a do ano passado.

Tendência firme

E a tendência continua. “Temos 15 operações em análise atualmente”, informou João Teixeira, vice-presidente executivo de clientes do ABN Amro Real. O banco – o segundo no ranking de fusões e aquisições da Associação Brasileira de Bancos de Investimento (Anbid) em 2005 – liderou seis negócios em 2006, entre elas as duas maiores do mercado: Telemar, no valor de R$ 25 bilhões, e TIM, no valor de R$ 16 bilhões, de acordo com a KPMG.

Segundo Teixeira, o movimento não está concentrado em setores específicos. “O cenário de liquidez contribuiu para estimular o crescimento por meio de parcerias”, diz. O estudo da Price mostra que foram as joint ventures que mais cresceram no período, principalmente nos setores de construção e de açúcar e álcool. Mas foram as transações de grande porte, como as do UBS/Pactual e Itaú/BankBoston (leia mais sobre a operação nesta página) as que mais se destacaram, elevando o valor médio das aquisições a US$ 107 milhões. Os setores de alimentos, TI, bancos e varejo foram os mais ativos, diz a Price. No caso do setor de alimentos, foram empresas de açúcar e álcool que puxaram a alta de quase 200%.

Ainda segundo a Price, as três transações mais importantes do mês de julho foram a compra da Fertibrás pela norueguesa Yara International, por US$ 127 milhões; a compra de participações, por meio de um leilão, de várias empresas no capital da Way TV, de Belo Horizonte, por US$ 61 milhões; e compra do Terminal de Santa Catarina pela Dragados Serviços Portuários e Logísticos, do grupo espanhol ACS, por US$ 31,9 milhões.