A própria P.A.SYS Engenharia e Sistemas está há aproximadamente um ano “tropicalizando” o processo de desidratação conhecido como membrana molecular, desenvolvido pela japonesa Hitachi. “Três unidades brasileiras, de grande porte, já estão interessadas na implantação desse sistema”, revela Rodrigo de Campos. A tecnologia, uma das mais modernas na desidratação do etanol, utiliza membrana zeolítica, assim como a resina empregada no processo de peneira molecular, dispensando também o emprego de qualquer produto químico. Trazido para o Brasil a partir de uma parceria da empresa piracicabana com a Hitachi e a Mitsubishi, esse sistema é caracterizado por um processo contínuo, sob vácuo, durante a passagem do álcool pelos tubos da membrana. Segundo Rodrigo de Campos, a membrana proporciona um grau de pureza no álcool desidratado em torno de 99,8% a 99,9%, o que favorece a fabricação de álcoois especiais
de acordo com as aplicações mais exigentes do mercado, incluindo o uso
em indústrias farmacêuticas, químicas e de alimentação. Outra vantagem atribuída à desidratação, sem a utilização de produtos químicos, está relacionada à preservação do meio ambiente e da saúde, atendendo normas e exigências, cada vez mais rigorosas, nessas áreas.
O custo do processo físico de desidratação sempre foi considerado um empecilho para a sua implantação e disseminação. De acordo com o diretor da P.A.SYS, a membrana molecular deverá ter um custo operacional menor do que o da peneira e apresentar um investimento
inicial mais baixo do que o sistema concorrente para a sua instalação, devido ao menor porte da planta industrial. Apesar de ter um custo de implantação de 5% a 30% mais elevado do que o ciclo hexano e o monoetilenoglicol, a peneira acaba tornando-se compensadora devido ao custo operacional reduzido, conforme o diretor da Planalcool, Guillermo Abadia. “Não há gastos com produtos químicos. Além disso, a tecnologia possibilita a fabricação de um produto com maior valor agregado”, avalia. O sistema – totalmente automatizado – elimina perdas no processo e ainda tem um menor consumo de vapor, disponibilizando maior quantidade de energia para a cogeração.