Mercado

Melhorias no foco das empresas de menor porte

A conjuntura favorável no setor sucroalcooleiro não se restringe às companhias listadas em bolsa. O desempenho dos grupos de capital fechado também melhorou. A Copersucar, a maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, engordou o caixa em R$ 549,1 milhões na safra 2009/10, que terminou em março. Com isso, conseguiu remunerar suas 39 associadas com valores 7% acima dos preços de mercao de açúcar e álcool.

A usina Batatais (SP), com 8 milhões de toneladas de capacidade e e associada da Copersucar, contribuiu para os números positivos. A empresa divulgou seu balanço neste fim de semana e informou um lucro líquido de R$ 38 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 37 milhões da safra anterior.

O grupo Santa Terezinha, do Paraná, também adicionou ao seu caixa R$ 363 milhões na temporada 2009/10, e seguirá seu plano de investimentos em logística e aquisições no mercado paranaense.

Mesmo fora do grupo das grandes e médias usinas capitalizadas, há o consenso de que a situação financeira do setor melhorou. “A dependência em vender produto para fazer caixa está muito menor, resultado da redução no endividamento”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

No entanto, a perspectiva, de maneira geral, para esse segmento, é de investimento em manutenção, afirma Rodrigues. O que significa, melhorias nos canaviais, na indústria e até mesmo no avanço da colheita mecanizada. De fato, o bom ano não foi suficiente ainda para gerar uma onda maciça de investimentos em novas usinas. Assim, o aumento da capacidade instalada ainda parece não estar nos planos de curto prazo de grande parte das empresas do setor.

Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting, explica que, apesar de a demanda estar crescendo no Brasil, as commodities de maneira geral estão caindo e a China dá sinais de desaceleração. “É provável que novos investimentos sejam colocados em espera, o que é preocupante”, diz Corrêa. (FB)