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Melhoria industrial chega ao Nordeste

A melhoria industrial chegou ao Nordeste. Um exemplo significativo é o da Usina Estreliana, de Ribeirão (PE). Nos últimos dois anos os executivos da unidade têm feito investimentos significativos em melhoria industrial. Seus executivos decidiram investir motivados pela necessidade de recuperar o tempo e a tecnologia perdidas por ocasião da crise do setor sucroalcooleiro ao longo das décadas de 80 e 90.

Em 2000, a usina encomendou um levantamento para identificar quais eram os pontos de estrangulamento da produção, as deficiências existentes e quais soluções deveriam ser implementadas.

De acordo com Getúlio Andrade, da empresa de consultoria GTCA, uma das principais dificuldades da usina na época era o balanço energético. “A usina consumia muita energia da concessionária estadual. Sugerimos então a reforma das caldeiras, um melhor aproveitamento do vapor de forma a obter um melhor balanceamento térmico e hídrico”, diz.

O projeto foi montado de forma escalonada. Em 2001, foi implantado o flotador de xarope e executado um processo de melhoria da enxofreira. Estas modificações resultaram em uma melhoria da qualidade do açúcar produzido que hoje está abaixo de 150 Icumsa. Em 2002, os esforços foram voltados para um melhor resultado da equação de balanceamento térmico e energético. A Usina Estreliana adquiriu então um novo gerador, ampliação e reforma de duas caldeiras, reforma das turbinas a vapor para múltiplos estágios e aquisição de um turbogerador de 5 mil Kva de capacidade. “Com isso houve uma melhora significativa da eficiência e a empresa passou a gerar 100% da energia utilizada”, diz Andrade.

A gerente de produção da Usina Estreliana, Sirleide Santos, diz que os novos investimentos são mais uma fase das etapas previstas no planejamento estratégico da empresa. “A primeira fase do balanceamento térmico foi o melhoramento das turbinas e das caldeiras. A segunda fase prevê melhoria de mais uma caldeira, implantação de sistemas automatizados além da reforma do secador e uma peneira rotativa”, explica.

Segundo ela, os investimentos na área de balanceamento hídrico ao longo de 2002 contemplaram a instalação de dois ciclones destinados à eliminação de fuligem. “Estamos no caminho certo”, garante.

A Estreliana têm previsão de moer cerca de 450 mil toneladas de cana na safra 2002/03. O volume previsto é ligeiramente inferior ao registrado durante a safra 2001/02, que foi de aproximadamente 500 mil toneladas. “Não temos como prever com exatidão quanto devemos moer nesta safra. Como não possuímos cana própria, dependemos de fornecedores. Tudo vai depender do volume de cana que será disponibilizado ao longo deste período”, diz Sirleide. Segundo ela, a usina tem capacidade para produzir açúcar cristal para atender ao mercado interno e externo, porém, a opção atual é pela fabricação do açúcar tipo demerara por razões mercadológicas. A estimativa é de que sejam produzidas até o final desta safra cerca de 400 mil sacas de açúcar.

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