Mercado

Mecanização canavieira atinge 56% do total colhido em SP

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente terminou o levantamento quanto

ao uso do fogo nos canaviais de São Paulo após o final da safra. Com a

adesão ao Protocolo Agroambiental por parte de uma grande parcela de

usinas do estado, o índice de mecanização da colheita da cana aumentou

significativamente, chegando a 56% do total colhido, o que representa

2,6 milhões de hectares. A informação é biólogo e prof. MSc. da Uniara, Adalberto G. Cunha.

O professor afirma que a antecipação da proibição da queima, que antes era prevista para se encerrar depois de 2030, e que passou a ter metas mais curtas, a partir de 2014, gerou uma busca de novas tecnologias, novas ferramentas e principalmente uma nova postura dos diferentes setores envolvidos.

Segundo ele, em números absolutos, evitou-se a emissão de quase 8 milhões de toneladas de monóxido de carbono (CO) na atmosfera, além de quase 700 mil toneladas de material particulado (fuligem ou carvãozinho da cana).

Para ele, na questão ambiental e social foi um avanço pois reduzir a emissão de poluentes é um grande feito, “que mostra que há sim possibilidade de mudanças, se houver um bom senso e um diálogo franco entre os diferentes grupos envolvidos”.

Porém, segundo Cunha, não se pode esquecer da questão social dos cortadores de cana. “Se por um lado a mecanização trouxe ganhos significativos para diferentes setores, como o ambiental e mesmo das cidades, além das próprias usinas, ainda há um problema a ser enfrentado pelos diferentes setores envolvidos na questão, que é o desemprego”, diz.

A sugestão do professor é criar novos postos de trabalhos, novas frentes educacionais e de qualificação, apoio familiar e reposicionamento. “Não podemos esquecer de que a principal ação, a nosso ver, é da qualificação dessa mão de obra, que passa pela ação das universidades e escolas técnicas, que podem dar sua contribuição para uma maior igualdade de oportunidades e de uma melhor inserção social desses grupos, que tanto ajudaram no enriquecimento da região e do próprio estado”, finaliza. E-mail: [email protected]