O manejo ideal para incrementar a qualidade da cana-de-açúcar’. Esse foi o mote de uma palestra técnica que aconteceu na última terça-feira (15), na Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa.
O engenheiro agrônomo Guilherme Corrêa conduziu o evento abordando os principais fatores e parâmetros que influenciam na maturação da cana-de-açúcar e as vantagens do uso do produto Moddus neste processo.
“Ao utilizar o maturador, o produtor tem assegurado maiores ganhos de ATR e TAH porque o maturador surge como ferramenta tecnológica para o aumento do ATR e, consequentemente, para a maior remuneração do produtor”, reiterou o palestrante.
Antes da palestra, o vice-presidente da Asplan, Pedro Neto, fez uma breve atualização sobre notícias do mercado, com foco na taxação anunciada pelo governo americano e seus impactos no preço da cana.
“Em cada mercado há um impacto, tem o etanol anidro, o etanol hidratado, o açúcar no mercado interno, o açúcar refinado e a cota americana. Cada um tem um percentual que impacta na cotação do valor da matéria-prima e estimamos que sofreremos um impacto em torno de 19% na formação do preço da cana”, disse ele, reiterando que o produtor não interfere no mercado externo, mas precisa produzir uma cana mais rica, com menos custos.
Em seguida, o diretor do Departamento Técnico, Neto Siqueira, lembrou que é imprescindível que o produtor fique atento aos custos de produção.
“Não existe mais aquele velho ditado que era plantar, chover, colher e ganhar. Isso já está ultrapassado. Se o fornecedor não fizer conta, não colocar no papel e conhecer seus custos, ele vai chegar na entressafra sem dinheiro. É preciso focar nestes quatro pilares: vender bem a cana, fazer seus tratos culturais, colher bem e receber bem. Se não produzir com qualidade, não há ganho”, reiterou Neto.
No início da palestra, Guilherme apresentou um vídeo educativo de como o produtor deve proceder corretamente em caso de uso de produtos agrícolas, com cinco regras básicas, passando pela leitura do rótulo dos produtos, pelo jeito correto de aplicação e manuseio, passando pela quantidade correta de aplicação, pela segurança de quem aplica e uso de EPIs e descarte correto das embalagens.
Fatores que Influenciam na Maturação da Cana-de-Açúcar
Para falar de maturação, Guilherme lembrou que é preciso entender também de fisiologia da planta, de solo e clima.
“O crescimento da cana é irreversível, depois de plantada, ela vai crescer até o final, até florescer. E a partir daí a gente pode chegar a potenciais diversificados levando em consideração vários fatores, a exemplo de variedades, a compactação do solo, as plantas daninhas, as fito toxidades, as pragas e doenças etc. E pensando sobre o TCH, quanto antes a gente colher é melhor”, disse o palestrante.
Sobre a composição da cana, o palestrante lembrou que em torno de 70% da cana é água, e os 30% restantes formam a fibra (casca e bagaço) e o brix (sólidos solúveis). Ele lembrou que o maturador usado na cana tem duas funções. “No início de safra ele é usado como um foguete, para acelerar a curva de maturação, e no final de safra, é usado como paraquedas, para diminuir a queda de ATR no final, principalmente em canas irrigadas”, disse ele.
Apresentação de Dados e Escolha de Maturadores
Apresentando dados de cinco anos de estudos na Zona da Mata de Pernambuco, o palestrante mostrou como equilibrar o ATR por quilo e ATR por hectare. E sobre como enriquecer a cana com o uso de maturadores e fazer a melhor escolha, o palestrante lembrou que é preciso optar por um maturador que seja eficiente, que realmente converta a glicose e frutose em sacarose e que tenha qualidade, sabendo que ele entra rápido na planta e vai funcionar.
“É preciso que o maturador não induza o crescimento de sua planta, não corra risco de morte da sua gema pical e não danifique sua soqueira subsequente. Esses são os pontos principais que precisam ser levados em consideração quando se trata de maturador”, explicou Guilherme, lembrando que há três tipos de maturador no mercado, que são os: estressantes, hormonais e fisiológicos.
Sobre se o fertilizante foliar pode substituir o maturador, o palestrante respondeu que não, pois eles são tecnologias complementares que quando são utilizados associados aumentam a produtividade do canavial.