O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quinta-feira (20), em Foz do Iguaçu, um termo de cooperação técnica para estudar a viabilidade da construção de um alcoduto entre a cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá, no Paraná.
A solenidade será realizada no Parque Tecnológico da Itaipu Binacional e contará com a participação do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, e dos governadores Roberto Requião (PR) e André Puccinelli (MS).
O esboço do projeto prevê 919 quilômetros de tubulação que sai de Campo Grande, passa por um terminal no município de Botaguassu, MS, onde cruza o rio Paraná. Em seguida passa por outro terminal, em Londrina, PR, até chegar à refinaria Paraná (Repar), de onde sai um ramal para o porto de Paranaguá.
Se concretizada, a rede de dutos poderá servir tanto para escoar gasolina do Paraná para o Mato Grosso do Sul quanto para fazer o caminho inverso, levando etanol para o porto paranaense, onde será embarcado para exportação. A obra, orçada em R$ 2 milhões, faz parte do planejamento de investimentos da Petrobras até 2012.
Goiás, Minas Gerais e São Paulo
Em 2010, as usinas das regiões de Ribeirão Preto, Piracicaba, Triângulo Mineiro e Goiás poderão escoar a produção de etanol pelo alcoduto projetado pela Petrobras, em parceria com a Camargo Corrêa e a trade japonesa Mitsui. Com investimentos de R$ 3 bilhões, o duto de 1.150 quilômetros deverá começar a ser construído em 2009.
O alcoduto vai ligar cidade de Senador Canedo, em Goiás, ao terminal de São Sebastião, litoral Norte de São Paulo. O projeto, cuja execução ficará sob a responsabilidade da estatal, inclui um segundo trecho que interligará a Hidrovia Tietê-Paraná ao Terminal de Paulínia, para atender às usinas do oeste paulista e Mato Grosso do Sul.
O duto fará parte do corredor de exportação de etanol que passa por Uberaba, em Minas Gerais, Ribeirão Preto, Paulínia e Guararema, em São Paulo. Do Terminal de Guararema, a tubulação segue para o Terminal de São Sebastião. Há também ligação ao Terminal da Ilha dÁgua, no Rio de Janeiro, através do poliduto OSRIO, que já existente e passará a ser exclusivo para etanol.
Segundo o advogado Luthero Moreira, da gerência de comercialização de álcool e oxigenados da Petrobras, o alcoduto terá a capacidade para escoar ao mercado externo até 12 bilhões de litros de etanol por ano, sendo 4 bilhões pelo terminal da Ilha d`Água e 8 bilhões pelo terminal de São Sebastião.
A construção do alcoduto foi motivada pelos planos da Petrobras em ser acionista de novas destilarias, principalmente em Goiás e Minas Gerais, com 100% da produção destinada à exportação. De acordo com Luthero, a estatal teria participação de 15% nas unidades. Sócios brasileiros seriam majoritários, com 70% de participação. Os outros 15% seriam de acionistas estrangeiros. O número de usinas não foi revelado.
O projeto de ampliação dos dutos da Petrobras também poderá contemplar Cuiabá, MT. Um ramal de 493 quilômetros pode ligar a capital do Mato Grosso à cidade de Campo Grande, MS, passando por um terminal em Rondonópolis, MT.