Os revendedores de álcool combustível conseguiram aumentar em 25% a margem de lucro das vendas nas bombas em apenas quinze dias. Levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) indica que os postos aproveitaram a crise entre produtores e governo e foram além das distribuidoras no reajuste do produto. A ofensiva do governo de reduzir a quantidade de álcool na composição da gasolina para aumentar a oferta e baixar o preço funcionou no atacado, mas foi neutralizada pelos postos.
De 19 de fevereiro a 4 de março, o preço médio do litro do álcool hidratado no Brasil subiu de R$ 1,785 para R$ 1,879 nos postos revendedores – alta de 5,2%, quase R$ 0,10 no bolso do consumidor. No mesmo período, as distribuidoras aumentaram em 3,1% o litro, em reflexo dos preços dos usineiros. O litro vendido pelas distribuidoras aos postos custa R$ 1,650. Resultado: os postos lucraram em média R$ 0,23 por litro de álcool que vendem ao consumidor.
Na primeira pesquisa de preços da ANP após a mudança na composição da gasolina (que passou a ter 20% em vez de 25% de álcool desde o dia primeiro deste mês), o preço deste combustível também subiu, após três semanas de estabilidade. O litro da gasolina atingiu R$ 2,536, valor 1,15% superior ao registrado na semana anterior. A alta era esperada, já que a gasolina ganhou peso no combustível e sua carga tributária é superior à do álcool.