O Brasil tem a agricultura mais competitiva e de maior potencial no mundo. Nosso País, diferentemente das outras grandes economias chamadas emergentes, é capaz de proporcionar alimentos em abundância para toda a nossa população, gerar parte da energia necessária para uma economia moderna, e ainda exportar, com vantagem de preço e qualidade, para qualquer parte do mundo. Tudo isso é motivo justo de orgulho para todos, sobretudo para aqueles que vivem do campo.

Mas é também motivo de decepção constatar o quanto nossa agricultura está marcando passo, e mesmo andando para trás, devido ao fraco desempenho do governo Lula. Podemos resumir esse contrate em poucas palavras. A atual safra está sendo estimada em 130 milhões de toneladas, o que é um recorde histórico, mas ela vinha caindo desde o início do governo Lula. Ao todo, o agronegócio perdeu 24 bilhões de reais ao longo do primeiro mandato do presidente Lula.

E o motivo é muito simples: o governo Lula não consegue cumprir minimamente o seu papel, que é aplicar os recursos previstos no Orçamento. Prova disso, o Ministério da Agricultura empenhou apenas 1,4% do montante de investimentos autorizados no orçamento, isto é, pouco mais de 1 real para cada 100 reais previstos.

Mesmo em questões extremamente graves e de grande repercussão em nossas exportações, como o surto de aftosa ocorrido em 2005, e que levou à suspensão de nossas vendas para diversas regiões, a Secretaria de Defesa Agropecuária gastou apenas 35% do previsto em todo aquele ano. Agora, vencida a primeira metade do ano, quase 90% do orçamento autorizado permanece intocado.

A capacidade de produção das lavouras em geral, marcou passo durante os quatro anos do primeiro mandato do Presidente Lula, com um crescimento pífio inferior a 2% por hectare, em contraste com um crescimento por hectare de 41% no governo Fernando Henrique. Mesmo a soja teve uma queda em produtividade, ficando abaixo (-0,2%) da produção por hectare no último ano do governo anterior. Com isso, e pela primeira vez desde 1997, a expansão das áreas agrícolas cresceu 6% menos do que vinha crescendo no passado.

Como conseqüência desse verdadeiro descaso com esse setor vital para o bem-estar da população e que, no governo Fernando Henrique, vinha senso o principal motor do crescimento, a indústria e os serviços ligados à agricultura vêm sendo duramente atingidos. A produção de maquinário agrícola, por exemplo, em vez de aumentar, caiu de quase 50 mil unidades em 2001, para 46 mil em 2006. No caso das colheitadeiras, que aumentou de 4 para 10 mil unidades entre 2000 e 2004, caiu para 4 mil no ano seguinte e, agora, para pouco mais de 2 mil, recuando para os níveis de dez anos atrás! A produção de tratores de rodas também andou para trás cerca de 6 anos.

O resultado geral pode ser resumido em um número divulgado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária: os produtores agrícolas acumulam hoje 20 bilhões de dívidas. A Assembléia Legislativa de São Paulo, o Estado que mais contribui para a pujança de nossa Agricultura, fará a sua parte, melhorando a legislação, criando condições legais que facilitem a ação dos Executivos estadual e municipal.

Vaz de Lima, 54, é deputado estadual pelo PSDB de São Paulo e presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.