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Manutenção do juro reforça "conservadorismo" do BC, diz CNI

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter em 16% a taxa básica de juros da economia apenas reforça a postura conservadora do BC, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

“A decisão não surpreendeu o setor industrial, pois segue a linha conservadora já delineada nas atas das últimas reuniões do comitê”, informou nota do presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, sobre a reunião encerrada hoje à tarde.

A CNI criticou a manutenção ao afirmar que a trajetória da inflação não justifica esse conservadorismo. O crescimento atual da economia ocorre de forma saudável e não representa ameaça à estabilidade”, disse Monteiro.

Para a CNI, o ritmo de crescimento da economia reflete a melhora do mercado doméstico, mas não significa risco de uma explosão da demanda –que pressionaria a inflação–, como temem os técnicos e diretores do Banco Central.

“Alem disso, há indícios de instalação de um novo ciclo de investimento com expansão do potencial produtivo e aumento da oferta futura”, informou a confederação.

A CNI destaca ainda que as recentes pressões sobre a inflação foram determinadas, em grande medida, pelos reajustes de tarifas como as de energia e telefonia, além dos combustíveis, que tendem a perder força.

“A CNI entende que, juntamente com medidas de contenção da carga tributária, a redução dos juros é uma condição estrutural essencial ao processo de crescimento sustentado e indispensável para consolidar o processo de investimento das empresas”.