O programa de equalização de custos agrícolas da Cana de Açúcar existe há 30 anos, mas desde 2002 foi suspenso. O programa consiste na destinação aos produtores de cana do Nordeste de uma parcela de R$ 5,07 por tonelada de cana, efetivamente produzida, mas com um limite a um volume de 48,5 milhões de toneladas de cana. “Esse é o primeiro governo que não faz o repasse do programa”, diz Robério. “Essa talvez não seja a última, mas é a mais objetiva tentativa de fazer com que o atual governo ouça o setor sucroalcooleiro em relação à retomada do programa. Por isso contamos com a ajuda do senador Renan Calheiros”, afirmou Robério.
Essa parcela seria para compensar o maior custo de produção de cana no Nordeste, em relação ao Centro–Sul do País. De acordo com os dados do Sindaçúcar–AL, o custo para se produzir uma tonelada de cana em São Paulo, por exemplo é de R$ 24,69, enquanto no Nordeste é de 34,09. Isso se deve às condições climáticas, de solo e de topografia menos favoráveis. “Não significa que os produtores estejam esperando apenas uma ajuda do governo, uma vez que o setor tem investido em tecnologia para se tornar competitivo.
Mais da metade dos canaviais, por exemplo, já têm irrigação, e tirando as condições de produção, o açúcar e o álcool produzidos no Nordeste é igualmente competitivo ao produzido no Centro–Sul”, enfatiza Pedro Robério.
Hoje, o Pólo Agroindustrial Canavieiro de Alagoas conta com 36 usinas, 28 das quais em operação. Ao todo o setor conta com mais de 110 mil empregos diretos no campo e na cidade durante a safra. Empregos que começam a ficar ameaçados com as duas últimas estiagens, que comprometeram os canaviais. “Em alguns casos, vai ser preciso renovar 100% da área. E só com o programa de equalização o setor pode sair dessa crise”, ressalta Robério. (W.L)