Mercado

Mais captações externas no horizonte

O mercado de captações externas parece estar vivendo a abertura de mais uma “janela” nos primeiros dias das férias de verão do Hemisfério Norte, período em que, tradicionalmente, os negócios desaceleram. Companhias de diferentes ramos manifestaram ontem intenção de realizar operações de dívida que podem resultar em uma captação de, no mínimo, US$ 1,4 bilhão.

A Cosan, gigante nacional do setor sucroalcooleiro, planeja captar US$ 200 milhões ao emitir notas perpétuas com rendimento de 8,25%, por meio de sua subsidiária no exterior, a Cosan Overseas. Na tarde de ontem a agência de classificação de risco Moody´s avaliou positivamente a intenção, ao atribuir rating “Ba2” à emissão e à própria Cosan, que já possui US$ 300 milhões desse tipo de papel no mercado, ambas classificações com perspect iva de elevação. A agência S&P atribuiu rating “BB” para as notas sem garantia da Cosan Overseas.

A Queiroz Galvão, uma das maiores do país no ramo de construção, pretende emitir US$ 700 milhões no mercado externo em dívida com lastro em ativos e com vencimento em julho de 2018. A oferta ao mercado deve acontecer entre os dias 11 e 19 deste mês, e está sendo arquitetada pelos bancos HSBC, Santander e Citigroup.

A Arcos Dorados – maior franqueadora do McDonald´s na América Latina e cuja sede fica na Argentina, mas que tem a maior parte de suas receitas originadas no Brasil – planeja vender bonds de cinco anos denominados em reais ainda esta semana, informou uma pessoa que prefere não ser identificada. Os bancos envolvidos na emissão das notas sem garantia da holding argentina são o brasileiro Itaú-Unibanco e os americanos Bank of America e J.P. Morgan Chase.

O Banco Itaú, por sua vez, negocia a tomada de um empréstimo com prazo de três anos com valor de até US$ 5 00 milhões, e está oferecendo pagar de 120 pontos base acima da Libor, a taxa interbancária de Londres. A contração de dívida será para refinanciar uma outra dívida de três anos que vence este ano. O acordo está sendo negociado pelos bancos BNP Paribas, HSBC e Mizuho.

Já a Braskem, gigante do setor petroquímico, anunciou que fará um road show por diferentes partes dos Estados Unidos na semana que vem. Duas equipes compostas por membros da empresa visitarão, a partir de segunda-feira, as cidades de Boston, Chicago e Nova York, além de outras na costa oeste do país – sempre acompanhadas de membros dos bancos HSBC, Morgan Stanley e Bank of America Merrill Lynch. Nenhum acordo está previsto para ser fechado durante as apresentações.