A Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) assinaram ontem (10), na capital paulista, o Protocolo Agroambiental que prevê a antecipação dos prazos para o fim das queimas nos canaviais do Estado de São Paulo. O acordo foi firmado entre o presidente da entidade, Ismael Pereira Júnior, e o governador José Serra.
O Protocolo Agroambiental, um dos 21 projetos ambientais considerados prioritários para o governo paulista, foi lançado em junho do ano passado e já conta com a adesão das usinas associadas à União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Com a entrada da Orplana, mais 13 mil fornecedores do setor sucroalcooleiro vão antecipar o fim das queimadas. O grupo representa 25% da produção total de cana-de-açúcar de São Paulo. Com isso, toda a linha de produção de açúcar e álcool do Estado passa a ser coberta pelo Protocolo.
O documento determina a antecipação dos prazos para o fim da queima para áreas mecanizáveis até 2014. Para as não-mecanizáveis, o limite é 2017. Já para as áreas novas, é permitida somente a colheita mecanizada.
Colheita
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a área de cana-de-açúcar colhida aumentou de 3,2 milhões de hectares na safra 2006/07 para 3,7 milhões de hectares na safra 2007/08. Apesar do aumento, o estudo revela que a área queimada caiu de 2,1 milhões de hectares para 2 milhões de hectares.
Os dados foram divulgados durante o evento de assinatura do Protocolo, pelo secretário do Meio-Ambiente de São Paulo, Francisco Graziano Neto. De acordo com o governo paulista, as informações do Inpe indicam para uma redução de 3,9 mil toneladas de material particulado emitido pelas queimadas. Também houve redução da emissão de 6,5 mil toneladas de hidrocarbonetos na atmosfera.
O resultado atual do cumprimento do Protocolo Agroambiental revela que a área de colheita mecanizada cresceu 657 mil hectares. Na última safra, 50% da colheita foi feita mecanicamente, ante 35% da safra anterior à assinatura do documento.
São Paulo é o principal produtor de cana-de-açúcar do País, responsável por cerca de 50% da produção nacional. Na próxima safra, o estado espera um aumento de cerca de 7 mil hectares na área colhida.
Emprego
De acordo com a Unica, apesar de ter havido um corte de 8 mil vagas no corte manual devido à mecanização, o balanço de empregos foi positivo. A ampliação da frota de colheitadeiras exigiu maior qualificação, com melhores salários.
A entidade informa que foram gerados 1,5 mil cargos para atender a nova demanda. As vagas foram ocupadas, na sua maioria, por ex-colhedores de cana-de-açúcar. Também foram criados 6 mil empregos para atender a expansão da área plantada, além de 3 mil novas contratações por conta do início das operações de 10 novas usinas no Estado.