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Maior marca também para exportações

Mesmo com câmbio desfavorável e uma queda de 38% no ritmo das exportações entre maio e setembro, o agronegócio brasileiro deve registrar recorde em 2007. Os embarques no ano devem somar US$ 55 bilhões (+12%) e o saldo comercial atingirá US$ 47 bilhões (+10%), segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).

O índice de rentabilidade das exportações, calculado com base em uma cesta de moedas captadas pelo Cepea, caiu de 11%, em março, para 3% em julho na comparação com janeiro de 2006. Mesmo assim, a CNA aposta que as exportações do complexo soja saltarão 29% em 2007, para US$ 12 bilhões. “Pela primeira vez, o Brasil vai exportar mais soja em grão que os Estados Unidos”, diz o especialista em comércio exterior Antonio Donizeti Beraldo. “É o efeito dos preços internacionais em alta”. De janeiro a setembro, os preços cresceram 22,2% e o volume recuou 3,2%.

Principal aposta dos especialistas do setor, as vendas do complexo sucroalcooleiro decepcionaram até aqui e devem fechar o ano em US$ 6 bilhões, resultado 28% inferior aos US$ 7,7 bilhões registrados em 2006. “Os Estados Unidos aumentaram a produção de etanol de milho e os preços do açúcar já caíram 19%. Está difícil abrir novos mercados”, avalia Beraldo.

No complexo carnes, a CNA prevê expansão de 34%, para US$ 11,5 bilhões. “Achávamos que as carnes passariam a soja. Mas houve greve de fiscais, redução de consumo na Europa e a campanha da Irlanda contra o produto brasileiro”, diz Beraldo. As vendas de carne de frango devem voltar a liderar os embarques, com US$ 5,6 bilhões ante US$ 5,2 bilhões da carne bovina. A surpresa é o milho, cujas exportações já somam US$ 1,1 bilhão até setembro. A CNA estima fechar 2007 com US$ 1,3 bilhões em vendas em razão da forte demanda internacional e preços em alta.